Escassez de mão de obra causa pela pandemia e pelas restrições imigratórias pós-Brexit está gerando uma crise logística no Reino Unido
Todas as 1.250 lojas do McDonald’s na Inglaterra, Grã-Bretanha e no País de Gales deixaram de vender milkshakes e bebidas engarrafadas na última semana. O motivo: faltaram caminhoneiros para entregar as embalagens para os restaurantes.
“Como a maioria dos varejistas, estamos enfrentando alguns problemas na cadeia de suprimentos, afetando a disponibilidade de um pequeno número de produtos”, disse um porta-voz ao site The Indepent.
Cerca de um ano e meio após o Brexit e o endurecimento de regras para imigrantes, 94% das empresas britânicas estão sofrendo com a escassez de mão de obra, especialmente no setor de serviços.
Segundo estimativas, o déficit de trabalhadores na logística é de 90 mil caminhoneiros.
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Representantes da indústria têm pressionado o governo para flexibilizar as regras de imigração, enquanto os frigoríficos recorreram a programas de reinserção de ex-detentos para driblar a falta de pessoal.
“Embora houvesse uma escassez de motorista de veículos pesados antes da pandemia de Covid-19 e do Brexit, esses dois eventos agravaram a situação. A pandemia interrompeu o treinamento e os testes de direção por mais de 12 meses, enquanto cerca de 25.000 motoristas da UE voltaram para casa durante a crise sanitária”, escreveram em um comunicado a Logistics UK, que representa as empresas de logística do país, e o British Retail Consortium, associação de empresas do varejo britânica.
Empresas nos Estados Unidos também têm sentido a falta de mão de obra pelas restrições de vistos a imigrantes e entrada no país devido à pandemia. No Reino Unido, se discute aumentar as jornadas e acelerar os treinamentos. Especialistas, porém, alertam que essa medida pode comprometer a segurança dos trabalhadores.