IA: demissões em massa e a necessidade de correlação em 2024

A discussão sobre a importância de complementaridade entre os homens e máquinas é retomada frente à onda de demissões nas empresas neste início de ano

Os episódios de layoffs, vivenciados por diversas empresas em 2023, chegou, em parte, ao ano de 2024. À medida que a inteligência artificial garante a sua presença em diversas funções – dentro e fora do RH – as companhias aproveitam para realizar demissões em massa.

Mesmo com toda a carga negativa que a prática carrega, 37% das empresas ouvidas pelo relatório de novembro da empresa Resume Builder afirmaram ter substituído trabalhadores pela IA em 2023. Para este ano, 44% acreditam que a tecnologia causará demissões.

E a previsão parece estar se concretizando. No último dia 9, a Duolingo – plataforma educacional – demitiu cerca de 10% da equipe em virtude do fortalecimento da IA em suas operações. Embora nem todas as demissões estejam relacionadas à tecnologia, a empresa dispensou alguns prestadores de serviços – sem vínculo empregatício formal – ainda no fim de 2023 para abrir espaço às mudanças tech.

Em nota, a Duolingo informou que nenhum funcionário em tempo integral esteve envolvido no layoff e que tentou encontrar funções alternativas antes de recorrer aos desligamentos.

Em março de 2023, a fase de introdução de mudanças foi iniciada a partir de um novo nível de assinatura. O “ Duolingo Max ” incorpora o modelo de linguagem avançado GPT-4 da OpenAI, criadora do ChatGPT, para adicionar recursos alimentados pela ferramenta generativa. 

“A IA está acelerando nosso trabalho e nos ajuda a criar novos conteúdos de forma mais rápida”, explicou o CEO Luis von Ahn em uma carta enviada aos acionistas em novembro do ano passado.

Neste ano, as novas alterações da IA para o app estão relacionadas à forma como o conteúdo é gerado e compartilhado aos mais de 24 milhões de usuários diários. De acordo com os líderes da companhia, a inteligência artificial será cada vez mais usada para realizar tarefas, entre elas, a criação de frases para os cursos, listas de traduções e até a correção das respostas dos participantes.

Outras demissões devido à IA em 2024

Outro gigante iniciou o ano de 2024 com cortes de funcionários: o Google anunciou que irá demitir centenas de profissionais após uma mudança de foco da companhia em direção à inteligência artificial.

Na quarta-feira (10), a Amazon demitiu centenas de pessoas em duas unidades de negócios diferentes: a plataforma de streaming Twitch e a divisão de estúdios de cinema e televisão. Contudo, a dispensa está relacionada ao corte de gastos e não à implementação de tecnologia.

Em 2023, 206.594 trabalhadores, de 776 companhias tech, foram demitidos. No ano anterior, foram 164.709 pessoas, segundo dados do site Layoffs.fyi.

“IA vai criar mais empregos do que tirar”

Em contrapartida ao cenário de demissões devido à IA em 2024, o CEO da IBM, Arvind Krishna, afirmou em entrevista à Bloomberg que a IA vai “criar mais empregos do que tirar”.

A declaração reafirma o ideal de que as máquinas são incapazes de substituir o trabalho e a inteligência emocional dos seres humanos. 

Além disso, ela abre portas para discutir a importância de implementar programas de treinamento e desenvolvimento nas empresas, afim de estabelecer uma relação de correlação e não de substituição.

Esta perspectiva foi também compartilhada em estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em agosto de 2023.

“É provável que o maior impacto desta tecnologia não seja a destruição do emprego, mas mudanças potenciais na qualidade dos postos de trabalho, em particular a intensidade do trabalho e a autonomia”, ressaltou a publicação.

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