Estudo: opinião dos funcionários influencia conselho ao demitir CEOs

Pesquisa mostrou que os conselhos passaram a levar mais em conta a opinião dos funcionários para tomar decisões

Antigamente, pode-se dizer que as decisões de conselhos de empresas poderiam basear-se quase que exclusivamente em critérios financeiros ou de gestão. Mas cada vez mais, isso é coisa do passado. 

Prova disso é um estudo, publicado em outubro na revista Strategic Management Journal, que mostra que hoje em dia os conselhos levam outros fatores em conta, inclusive a opinião dos funcionários, até na hora de avaliar a demissão de um CEO.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores das universidades de Hong Kong, Arizona e Rutgers coletaram dados de 383 empresas e utilizaram uma técnica de estatística para compará-los com comentários de mais de 1.252 pessoas no Glassdoor, site que reúne avaliações e opiniões de funcionários sobre empresas. 

Como resultado, descobriram que quanto maior a aprovação dos profissionais, menor a chance de demissão do CEO. Além disso, também ficou claro que as opiniões dos trabalhadores têm maior probabilidade de influenciar a decisão do conselho quando o desempenho financeiro da empresa é relativamente bom, as recomendações dos analistas são mais positivas e quando o CEO tem menos poder em relação ao conselho.

“Usar somente a performance financeira e recomendações de analistas de segurança para avaliar a liderança de um executivo tem suas limitações”, diz Danni Wang, um dos autores do estudo.

Para Qi Zhu, que também ajudou a conduzir a pesquisa, como implementadores das estratégias do presidente na companhia, a opinião dos funcionários sobre a sua liderança devem ter consequências importantes.

Além de tudo, diz ele, por seus empregos estarem diretamente associados ao sucesso – ou ao fracasso – da empresa, “eles têm um incentivo a mais para monitorar a estratégia e performance do CEO”.

Já David Waldman, outro autor do estudo, acredita que isso prova que os funcionários vêm ganhando importância como stakeholders, e que suas opiniões sobre o presidente serão cada vez mais cruciais para a empresa. “Ao mesmo tempo que os CEOs devem focar em construir uma boa reputação entre os trabalhadores, eles também devem perceber seu papel significativo como interessados no sucesso da empresa e contribuir com suas opiniões quando assim couber”, diz ele.

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