Ao facilitar as conversas sobre o desempenho profissional no ambiente de trabalho, os gestores conseguem estabelecer uma melhor conexão entre os funcionários, além de ajudar na motivação e no crescimento da equipe
Conversas boas e elogios são sempre bem-vindos. Mas como os empregadores podem fornecer feedbacks críticos sem ameaçar ou prejudicar a saúde mental dos funcionários? Na verdade, alguns ajustes podem ser feitos para que os gerentes e outros líderes consigam manter um ambiente de trabalho harmônico e produtivo.
E a mudança pode ser bastante positiva, visto que um terço dos trabalhadores apreciam o feedback e até gostariam de ter mais tempo de conversa com os gestores para discutir sobre o seu aproveitamento profissional. É isso que revela o mais recente relatório da Insights – especialista em soluções e consultoria empresarial.
Sob outro ponto de vista, a cultura do feedback ainda constitui um dos pontos fracos da gestão empresarial no Brasil. A saber, em 2020, um em cada cinco trabalhadores sentiam que não recebiam retorno adequado sobre suas atividades, como divulgou a pesquisa FIA Employee Experience (FEEx). O relatório contou com a participação anônima de 150 mil funcionários de mais de 300 empresas.
Apesar dos resultados que mostram uma falta de valorização das companhias sobre a avaliação de desempenho, ela permanece sendo importante para o crescimento pessoal e profissional do trabalhador, pois ensina o que precisa ser aprimorado e valoriza aquilo já realizado. Além disso, provoca novas ideias, ações e oportunidades de desenvolvimento, que não seriam cogitadas sem uma conversa bem conduzida e empática.
Como foi citado anteriormente, existem maneiras adequadas para transformar as discussões complicadas em conversas simples, capazes de conscientizar e impactar positivamente o profissional – e a própria cultura organizacional da companhia. Confira a seguir as dicas da chefe da Insights, Ang Brennan, para um feedback construtivo:
- Sinalize o teor da conversa
Ninguém quer se sentir emboscado. Por isso, Ang explica que os líderes devem ser honestos e sinalizar antecipadamente o assunto que será abordado na conversa. Assim, a outra pessoa saberá do que se trata e não ficará ansiosa. Além disso, ela também terá mais tempo para se preparar.
E o mais importante desta dica: não deixe de perguntar ao funcionário como ele deseja receber o feedback. Isso porque muitos preferem uma abordagem mais direta, enquanto outros optam por uma conversa mais leve. De acordo com Ang, desenvolver uma mentalidade de crescimento significa estar aberto a aprender o que funciona ou não e agir sobre isso.
- Aprenda a ouvir
Convide a outra pessoa a contar o seu lado da história. A Chefe de Aprendizagem e Talento explica que um bom líder não deve apenas escutar, mas sim prestar atenção aos detalhes e manter o foco.
Da mesma maneira, também é importante apurar os fatos e chegar até os verdadeiros sentimentos do profissional: pergunte como ele se sentiu na situação em questão, qual significado foi atribuído, o que foi feito, o resultado e etc.
- Mantenha a atenção na abordagem
Entre as dicas de feedback, Ang ressalta a importância de valorizar os diferentes estilos de comunicação. É imprescindível entender e honrar as diferenças nos diálogos – especialmente se tratando de conversas complicadas. Desta maneira, mantém-se um clima organizacional positivo.
“Quando bem manejadas, as conversas difíceis podem criar uma consciência tanto para quem fala quanto para quem escuta. Elas também podem ser experiências inestimáveis que levam ao desenvolvimento e crescimento pessoal. Para permitir que os funcionários sejam a melhor versão de si mesmos, cabe aos profissionais de RH ser respeitosos e curiosos e focar nas oportunidades de crescimento que podem vir de conversas de desempenho bem conduzidas”, reforçou ela.
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