Pesquisa feita pela Executive Networks aponta que, para 46% dos funcionários, as empresas não estão fazendo nada para que o trabalho presencial compense
Nas últimas semanas, algumas empresas vêm anunciando programas de retorno aos escritórios físicos. No entanto, a medida não é bem vista por grande parte dos profissionais.
Um dos casos mais emblemáticos é o da Amazon, cujos trabalhadores se organizaram em um movimento para pedir o afastamento do CEO Andy Jassy e de sua equipe, após eles anunciarem um retorno gradual ao trabalho presencial.
Essa insatisfação também aparece nos dados. Uma pesquisa realizada pela Executive Networks mostrou que muitos funcionários não encontram uma razão plausível para ir até o escritório trabalhar. Para 46% dos entrevistados, suas empresas não estão fazendo nada para que a ida ao escritório seja atrativa.
Apenas 28% acreditam que seus empregadores estão fazendo algo para que o trabalho presencial compense o deslocamento.
Embora não queiram ir até o escritório físico, metade dos entrevistados reconhece que estar no escritório é mais benéfico para a progressão de suas carreiras. No entanto, a pesquisa também mostra que essa percepção pode estar conectada com vieses dos próprios líderes.
Segundo o estudo, 71% dos líderes seniores de recursos humanos e 62% dos líderes seniores de negócios assumem que há um “viés de proximidade” que prejudica trabalhadores em home office ou em modelo híbrido a avançarem em suas carreiras.
“As empresas estão oferecendo mais benefícios e aumentando os salários para incentivar que os profissionais voltem aos escritórios, mas eles precisam fazer com que a ida ao trabalho tenha mais propósito e valha o deslocamento”, declarou a vice-presidente executiva da Executive Networks, Jeanne Meister, em uma nota à imprensa.
As moedas de troca
A opção que parece agradar mais funcionários são os arranjos flexíveis. Para 69% dos entrevistados, a alternativa mais desejada é a semana de quatro dias de trabalho, sem redução no salário. No entanto, a modalidade é atualmente oferecida para apenas 16% deles.
Outra alternativa usada pelas empresas é o upskilling. Para 83% dos líderes de recursos humanos e 79% dos líderes de negócios, os treinamentos e desenvolvimentos devem ser usados como forma de reter talentos. Já 45% dos trabalhadores acreditam que as pessoas estão pedindo demissão da empresa em que trabalham por falta de oportunidades de desenvolvimento e de progressão de carreira.
Também há empresas que criam eventos comemorativos para atrair pessoas aos escritórios. Um exemplo é o Google, que, antes do layoff e do corte de benefícios do último ano, contratou um show da cantora Lizzo como forma de incentivar os trabalhadores da Califórnia a irem presencialmente à empresa três vezes por semana.
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