Novas pesquisas sugerem que a falta de rotina do modelo híbrido, aposta de algumas empresas pós-pandemia, pode estressar os profissionais
O trabalho híbrido tem sido a aposta de muitas empresas para aumentar a qualidade de vida dos funcionários. No entanto, novas descobertas apontam que ele pode tornar a vida dos profissionais ainda mais exaustiva.
De acordo com um levantamento da HR tech TinyPulse, que ouviu 600 profissionais de gestão de pessoas e 100 funcionários em diversos países do mundo, 80% dos RHs disseram que as configurações de trabalho híbrido estavam sendo emocionalmente mais desgastantes para os empregados em comparação com o home office definitivo e trabalho presencial.
72% dos profissionais ouvidos também disseram estar mais cansados por trabalhar de forma híbrida. Ainda segundo a pesquisa, no primeiro trimestre de 2021, cerca de 62% dos líderes de recursos humanos acreditavam que o híbrido era um modelo que melhorava a produtividade dos funcionários, número este que caiu quase pela metade (39%) no último trimestre do ano passado.
Segundo especialistas, a falta de rotina do híbrido é o principal motivo para tornar o modelo mais cansativo. A mudança frequente de hábitos, alternando os dias de trabalho em em casa e no escritório, pode aumentar o estresse e incerteza — sentimentos que já estão exacerbados na pandemia.
“Uma rotina previsível e consistente pode ajudar as pessoas a lidar com sentimentos de estresse e incerteza – intensificados durante a pandemia. O híbrido, no entanto, requer mudanças frequentes nos nossos hábitos diários e torna mais difícil criar essa rotina”, afirmou Elora Voyles, psicóloga organizacional e porta-voz da Tinypulse, em uma entrevista para a BBC.
Uma coisa é fato: ainda vai levar tempo para sentirmos como vão funcionar, de fato, os novos modelos de trabalho. As empresas terão que ouvir e acompanhar atentamente os funcionários e ter flexibilidade para fazer os ajustes necessários.