Estudos mostram efeitos negativos do trabalho presencial obrigatório

Empresas que estipularam o trabalho presencial obrigatório enfrentam desgastes maiores do que os previstos; poder de escolha do funcionário é ponto importante

As batalhas entre empresas e empregadores pela flexibilidade versus o trabalho presencial continuam, algumas mais avançadas, outras ainda engatinhando. Mas estudos recentes já conseguem montar um panorama dos efeitos da obrigação de que os funcionários voltem aos escritórios.

O relatório Returning for Good, da Unispace, descobriu que 42% das empresas que obrigaram seus funcionários a voltarem ao regime presencial testemunharam um nível mais alto de desgaste do que o previsto. Além disso, 29% delas estão tendo dificuldades com o recrutamento.

A pesquisa também analisou um ponto muito importante: a possibilidade de escolha. Segundo os dados, os funcionários que trabalham no escritório sentem: felicidade (31%), motivação (30%) e entusiasmo (27%). Mas, nos casos em que eles foram obrigados a voltar ao trabalho presencial, esses três sentimentos diminuem. 

Já a pesquisa Greenhouse Candidate Experience aponta que 76% dos trabalhadores estão prontos para pedir demissão, caso as suas empresas decidam acabar com o regime de trabalho flexível. Funcionários de grupos minorizados (como pessoas negras, LGBT+, mulheres e pessoas com deficiência) têm 22% mais chances de considerar outras opções de trabalho.

Os dados também mostraram que 42% das pessoas rejeitariam abertamente cargos que não possuíssem flexibilidade. 

O relatório classificou as prioridades dos funcionários: 

  • Aumento da remuneração (48%);
  • Maior segurança no trabalho (34%);
  • Oportunidades de progressão na carreira (32%);
  • Políticas de trabalho mais flexíveis (28%);
  • Uma cultura empresarial mais positiva (27%);

Por fim, a Pesquisa de Economia Doméstica e Tomada de Decisões (SHED), do Federal Reserve dos Estados Unidos, perguntou às pessoas que trabalham de casa sobre a probabilidade de elas procurarem ativamente outro emprego ou deixarem o atual, se o empregador exigisse que elas trabalhassem pessoalmente todos os dias. 

Para comparação, os entrevistados também foram questionados se eles procurariam ativamente outra oportunidade, caso o seu empregador congelasse os pagamentos ou reduzisse seus salários. 

“Os funcionários viram uma exigência hipotética de trabalho presencial de forma semelhante a uma pequena redução hipotética no pagamento. Para aqueles que atualmente trabalham em casa, a probabilidade de procurar outro emprego após uma exigência de trabalho presencial em período integral é consistente com a esperada de um corte salarial de 2 a 3%”, escreve o estudo. 

Os entrevistados também elencaram as principais razões pelas quais eles preferem o home office:

  • Equilíbrio entre vida profissional e pessoal (88%);
  • Menos tempo de deslocamento (87%);
  • A produtividade é maior (73%) e
  • A possibilidade de viver em um local diferente (48%).

Quer ficar por dentro das mais recentes tendências que estão transformando o mundo da gestão de pessoas?

A Think Forward, nossa newsletter quinzenal exclusiva para assinantes, traz reflexões aprofundadas sobre temas de relevância para os RHs e para o mundo dos negócios. Clique aqui e assine.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.