Sem folga ofertada durante o ano, os trabalhadores que conseguem entrar de férias estão mais estressados e ainda lidam com demandas do trabalho
À medida que o fim de ano se aproxima, chega também o sentimento de união, embalado por presentes embaixo da árvore de Natal e envolto por votos de prosperidade. Para muitos, esta é a época ideal para dar uma pausa no trabalho e curtir as tão esperadas férias em família, com amigos ou colegas. No entanto, os dias de folga vêm gerando, na realidade, um declínio no bem-estar geral dos trabalhadores. De acordo com a pesquisa Holiday Work Life Balance Poll, da empresa de recrutamento Monster, quase 50% dos funcionários estão mais estressados do que o normal durante as férias deste período.
Inclusive, a maioria trabalha durante os dias de descanso, sobretudo para “apagar incêndio” e resolver uma situação pontual ou emergencial. Conectados à internet – e não para procurar receitas de sobremesa para o Natal -, 35% dos trabalhadores verificam o e-mail de trabalho diariamente nas férias. Além disso, 13% participam de ligações de trabalho.
De acordo com um relatório da Gartner, referência mundial em pesquisa e consultoria, os funcionários estão enfrentando novas demandas, o que os deixam ainda mais sujeitos ao burnout. A situação também afeta a liderança e os profissionais de RH.
Para quem tem “folga” mesmo, a palavra usada talvez devesse ser outra. Existe uma certa “sobrecarga de férias”, visto que os trabalhadores não recebem folga com frequência e, nesse momento, têm muito o que resolver na vida pessoal.
Aparentemente, participar de encontros e ouvir piadas sem graça dos parentes pode fazer bem, afinal. Isso porque a maioria dos respondentes afirmaram que procuram encontros com familiares e amigos para ajudar a levantar o astral. Outros, preferem passar o tempo sozinhos para desestressar, mais longe do trabalho e mais perto dos exercícios.
Aos que preferem celebrar, as festas de fim de ano nas empresas podem ajudar os colegas a socializar e a se sentir mais engajados e satisfeitos com as equipes. Para adentrar neste cenário, a pesquisa Think Work | Final de Ano procurou investigar o clima organizacional dentro das companhias e os caminhos traçados para a chegada de 2024. Do total das empresas, 76% irão realizar eventos de confraternização.
Para os que seguirão sem festas e sem day-off durante o período, o relatório da Monster sugere outros meios: o reconhecimento; o envolvimento dos funcionários em novas iniciativas e o apoio à carreira por meio de oportunidades de treinamento e desenvolvimento podem ajudar a reduzir o estresse do fim de ano e abrir espaço para a chegada do trenó da felicidade.