Convocados a retornar para o trabalho presencial, funcionários do banco Goldman Sachs resistem
David Solomon, do Goldman Sachs, declarou repetidamente que os funcionários da instituição deveriam voltar a trabalhar de forma presencial. Tanto que eles receberam, no início do ano, um comunicado sinalizando que deveriam deixar o home office. Mas, aparentemente, nada disso adiantou.
Quando os escritórios do banco nos Estados Unidos foram reabertos após a onda da Ômicron, apenas 50% dos 10 mil funcionários apareceram para trabalhar, conforme disse à mídia o prefeito de Nova York, Eric Adams, depois de uma reunião privada com bancários no início de março.
No entanto, para a Fortune, um porta-voz da Goldman disse que cerca de 60 a 70% dos funcionários estavam indo presencialmente, número perto dos índices de antes do isolamento por conta da Ômicron.
Para Solomon, as interações pessoais são essenciais para a cultura e disseminação do conhecimento no banco, por isso o executivo é tão contrário ao trabalho remoto. Todo ano, o banco contrata 3000 recém-formados, que devem aprender e fazer networking cara a cara com bancários mais experientes. A colaboração em equipe também é central para o banco – e, para ele, nada disso acontece se o trabalho for remoto.
Concorrentes do Goldman Sachs em Wall Street, como JP Morgan e Morgan Stanley, também estão exigindo o retorno ao presencial, enquanto outros como Citigroup e UBS adotaram o híbrido.
Só o tempo dirá o quanto as pessoas estão dispostas ou não a aderir à cultura do Goldman Sachs, mas, em um momento em que as empresas lidam com a alta rotatividade, parece má ideia adotar posturas tão mandatórias como a do banco. A insatisfação pode cobrar um preço alto para a empresa, com aumento de demissões e piora no clima.