Quantidade de companhias que oferecem licença parental remunerada caiu drasticamente nos Estados Unidos em 2022, mesmo com insatisfação dos funcionários
Na contramão de programas de diversidade e inclusão e de estratégias de ESG criados pelas organizações nos últimos anos, empresas norte-americanas têm deixado de oferecer licença parental para além do que estipula a lei. Os números retornaram a índices pré-pandêmicos, depois que vários tipos de licenças remuneradas atingiram o seu ápice em 2020.
Segundo a pesquisa Employee Benefits Survey, realizada pela Sociedade de Gerenciamento de Recursos Humanos (SHRM), o número de empresas que oferecem a licença-maternidade remunerada caiu de 53% para 35%, entre 2020 e 2022. As que oferecem licença-paternidade foram de 44% para 27%.
Nos Estados Unidos, não há uma obrigatoriedade nacional de que as empresas ofereçam licença parental paga, portanto apenas alguns estados estipulam essa obrigação. O que é mais comum é que a pessoa possa tirar a licença não-remunerada, o que, na maioria dos casos, inviabiliza o seu uso.
As licenças oferecidas em caso de adoção também foram impactadas. O número de empresas que forneciam licença remunerada para pessoas que adotam caiu de 36%, em 2020, para 28% em 2022. Já a licença oferecida em casos de adoção temporária foi de 28% para 22%.
Os números surgem em contraste ao interesse dos profissionais. De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados acreditam que as licenças são uma parte muito importante no pacote de benefícios das empresas.
Por outro lado, segundo a pesquisa, um outro tipo de benefício permaneceu mesmo com o fim da pandemia: a licença para o luto. Segundo o estudo, 90% das empresas entrevistadas oferecem o benefício para funcionários que perderam alguém da família. O índice era de 79% em 2017. Em algumas empresas, também podem usufruir da licença mães e pais que sofreram aborto.