Filhos que trabalham em empresas dos pais ganham mais, diz estudo

Seja em um pequeno negócio ou em uma multinacional, filhos que trabalham em empresas dos pais ganham até 17% mais do que aqueles que não 

Os filhos de celebridades que decidiram seguir a mesma carreira que os pais são apelidados pelos norte-americanos de “nepo babies“, uma referência ao nepotismo. Para além do mundo dos famosos, a expressão também passou a ser usada para falar dos filhos que são contratados nas empresas dos pais.

Uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard investigou essas relações e descobriu que um a cada três norte-americanos é contratado pelos pais nos primeiros anos de carreira e ganha mais por causa disso. 

Os dados mostram que as pessoas que encontraram um trabalho a partir da posição social dos pais — seja em uma pequena empresa familiar ou em uma das 500 maiores organizações — ganham 17% a mais do que aquelas que não. 

As recompensas financeiras vão desaparecendo com o tempo, em parte porque esses trabalhadores ficam mais tempo nesses empregos enquanto outras pessoas acabam indo para outras empresas com melhores salários. No entanto, a pesquisa descobriu que os benefícios não desaparecem totalmente. Depois de três anos, aqueles que começaram as suas carreiras em um trabalho estável conseguido a partir dos pais ainda ganham 7% mais do que as outras pessoas.

“Isso é influenciado principalmente pelos trabalhadores manuais. Há um grupo de jovens que, sem a ajuda de seus pais, teriam dificuldades para encontrar empregos com salários decentes. Eles iam acabar trabalhando em locais como restaurantes, que pagam um salário mínimo. Mas com a ajuda de seus pais eles conseguem ganhar acesso a negócios como uma empresa de construção ou de manufatura”, escreveu o pesquisador Matthew Staiger. 

Os dados também mostram que o percentual de pessoas que usufruem das conexões familiares é muito maior entre as famílias com mais condições socioeconômicas. Apenas 2% dos filhos que têm pais na base da pirâmide financeira trabalham em um negócio de família, enquanto aqueles que estão no topo da pirâmide são 7%. 

Os benefícios desses trabalhadores também são muito maiores entre aqueles com melhores condições financeiras. Quando o filho trabalha em uma empresa de família mais pobre ele não necessariamente tem suas finanças afetadas positivamente, enquanto aqueles mais ricos podem aumentar seus ganhos em até 20%. 

Também há uma diferença racial entre essas famílias. Filhos de pais brancos exploram muito mais as conexões de suas famílias do que aqueles que são negros. Mesmo comparando pessoas que têm as mesmas condições financeiras, homens negros ganham significantemente menos do que homens brancos. 

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