Segundo o Boston Consulting Group, o desafio para as organizações é investir tempo e recursos na formação de bons gerentes para assim reter mais talentos
Um estudo realizado pela consultoria Boston Consulting Group mostrou que a estratégia mais efetiva para reter talentos nas organizações é investir na capacitação de bons gerentes e líderes. Eles são, em grande parte, responsáveis pela decisão de um funcionário de ficar ou não na empresa.
Uma das descobertas mais relevantes da pesquisa é a de que, embora fatores funcionais guiem o que é importante para o funcionário, são de ordem emocional as principais razões para que um trabalhador escolha deixar ou ficar em uma organização.
Quando perguntados sobre o que é mais importante em um trabalho, os respondentes elegeram, na ordem: salários melhores, equilíbrio entre vida pessoal e profissional ou flexibilidade, melhores benefícios, ser um trabalho que gostam e que se importam e a distância entre a casa e o trabalho.
No entanto, os pesquisadores também descobriram que os maiores motivadores para a retenção de talentos são: se sentir tratado de forma justa e respeitosa, se sentir valorizado, fazer um trabalho com o qual a pessoa se importe, ter uma boa relação com o chefe e o ambiente de trabalho.
A relação entre funcionário e líder se torna ainda mais próxima neste ponto: segundo a pesquisa, respondentes que não estão satisfeitos com a liderança estão 1.5 vezes mais propensos a terem um burnout e é duas vezes mais provável que deixem o seu trabalho em um ano.
A pesquisa também pediu que os entrevistados escolhessem as características que mais valorizam em um líder. A maioria elegeu: gerentes que os escutem e que respeitem suas sugestões e ideias, gestores que são verdadeiros, transparentes e se comunicam de forma clara, líderes que dão suporte quando preciso, que se importam com os funcionários profissional e pessoalmente e aqueles que reconhecem e elogiam um trabalho bem feito.
O desafio, de acordo com os realizadores da pesquisa, é investir tempo e recursos para capacitar e dar condições aos gestores para que eles possam agir de acordo com o que os liderados esperam. A situação não é fácil, uma vez que diversos estudos apontam que os gerentes vêm sofrendo nos últimos anos com cansaço e excesso de trabalho.
A pesquisa entrevistou 4.700 trabalhadores de vários setores e cargos nos Estados Unidos, França, Alemanha e no Reino Unido. Aproximadamente um terço dos respondentes era gerente, mas eles tinham todos algo em comum: eram ‘trabalhadores sem mesa’, aqueles cujas funções vão além de um escritório e que não podem ser desempenhadas remotamente.