Heliponto com corridas a preço de Uber, chef de cozinha famoso e serviços como lavanderia e babá são algumas das comodidades oferecidas aos inquilinos de escritórios luxuosos
Desde a pandemia da covid-19, o mundo dos escritórios físicos vem mudando bastante. Entre o home office, o modelo híbrido e aqueles que resolveram voltar ao regime 100% presencial, há um movimento de empresas devolvendo espaços, outras ampliando-os e muitas os reformando para se adaptarem ao novo modelo de trabalho. Em meio a todas as mudanças, surge uma nova e sofisticada tendência: a dos escritórios luxuosos.
De um lado, a indústria imobiliária já entendeu que os novos modelos de trabalho vieram para ficar, o que pode impactar fortemente nos seus lucros. Um estudo da Universidade de Nova York em conjunto com a Universidade de Columbia mostrou que os escritórios de Nova York podem perder cerca de 40% do seu valor entre 2019 e 2029.
A necessidade de manter a atividade imobiliária voltada a espaços comerciais lucrativos tem feito com que donos de prédios corporativos reformem seus espaços para torná-los mais sofisticados e atrativos às organizações. A ideia é que a empresa pode até precisar de menos espaço, já que tem menos funcionários indo trabalhar presencialmente todos os dias, mas ela pode pagar mais caro pelo espaço reduzido, se ele oferecer mais sofisticação.
Do lado das companhias, o objetivo de alugar espaços tão luxuosos é levar os funcionários de volta aos escritórios físicos e, principalmente, ter uma nova ferramenta de atração e retenção de talentos, em um momento bem difícil para o recrutamento e seleção.
Antes da pandemia, mesas e cadeiras ocupavam cerca de 60% dos escritórios, segundo a consultoria Cushman and Wakefield. Agora, com as reformas, o espaço dedicado às estações de trabalho foi reduzido para dar lugar às comodidades, que antes eram 5% dos locais e passaram a ser 20%.
Salas de meditação, locais para estacionar bicicletas, espaços ao ar livre e outros mimos passam a ser regra. Mirando também no propósito de consciência ambiental dos funcionários e no ESG, prédios ecológicos também têm despontado.
No arranha-céu 50 Hudson Yards, em Nova York, por exemplo, os inquilinos têm acesso a um heliponto que oferece transfers de 5 minutos para o aeroporto John F. Kennedy por um valor bem aproximado ao de uma corrida de Uber. Empresas como a multinacional de investimentos BlackRock e a big tech Meta têm escritórios no prédio.
Já no One Vanderbilt, na mesma cidade, houve um investimento forte para oferecer gastronomia sofisticada aos inquilinos. A cozinha do prédio é comandada pelo chef e celebridade Daniel Boulud, e serve itens como foie gras e vieiras. Também há escritórios que oferecem serviços como babá para crianças e animais domésticos e lavanderia.