Para a Today, Danilca Galdini escreve sobre a importância da média gestão na construção e manutenção da cultura organizacional das empresas
Um estudo realizado recentemente pela Think Work em parceria com a Atlas apontou que a cultura organizacional é um tema relevante para as organizações e terá atenção do time de recursos humanos: 35% das empresas pretendem fortalecer sua cultura organizacional e 14% pretendem transformá-la.
Potencializar ou transformar a cultura é um desafio que vale a pena ser enfrentado porque é um importante catalisador para atração de pessoas talentosas, apoia o senso de pertencimento e estimula a produtividade sustentável, entre outros pontos positivos.
A cultura de uma organização é construída e mantida por todas as pessoas que atuam nela, mas a liderança, em especial a média gestão, tem uma contribuição significativa, uma vez que gerencia grande parte da força de trabalho e, ao fazer isso, transmite a cultura organizacional, passa adiante os valores e crenças da empresa e traduz a estratégia corporativa em execução. Eles são a chave entre a visão da empresa e as pessoas que estão fazendo isso virar verdade, além de serem o elo entre as posições de entrada e a alta liderança.
Mas este público muitas vezes se sente menosprezado, sofre de sobrecarga colaborativa e experimenta níveis de estresse, depressão e ansiedade mais altos que o restante das pessoas que atuam na empresa. Então, como podem fazer este importante papel de cultura se estão sobrecarregados ou descontentes com a organização?
Para compreender melhor esta questão, vamos olhar especificamente para a percepção deste público sobre pertencimento. De acordo com um estudo realizado pela Cia de Talentos, apenas 27% das pessoas que ocupam cargo de média gestão (coordenação até gerência plena) sentem que podem expressar sua identidade e opiniões sem receio dentro da organização em que trabalham. Este índice é de 31% entre jovens e 45% entre a alta liderança.
Os dados na tabela abaixo mostram a percepção da média gestão frente a outros aspectos que contribuem para construção e manutenção de senso de pertencimento e todos os índices são menores do que dos demais públicos.
Se a média gestão tem tanta relevância para a construção ou manutenção da cultura e este é um desafio relevante para as empresas, quando deixaremos de negligenciar este público?
As pessoas que ocupam cargos de média gestão tendem a serem vistas separadamente dos demais funcionários, não são incluídos nos programas de desenvolvimento porque já apresentam competências necessárias para gestão, mas esquecemos que este público experimenta os mesmos problemas, preocupações e emoções que o restante do time. Também sentem os efeitos de um mundo em constante transformação e que não tem respostas prontas para os desafios do presente e do futuro.
É preciso olharmos com atenção para as necessidades de desenvolvimento da média gestão. É preciso ouvir as pessoas e agir com base nos resultados desta escuta ativa e não presumir que sabemos o que o público de média gestão precisa.
