Para a Today, Silene Rodrigues escreve sobre como estabelecer um ambiente saudável e motivador para os funcionários, diminuindo a rotatividade das equipes
A infelicidade no trabalho é um problema cada vez mais presente nas organizações modernas. De acordo com a Forbes, muitas pessoas estão deixando suas empresas devido à insatisfação com seus empregos.
Essa tendência é preocupante, pois a rotatividade de funcionários pode ter impactos negativos tanto para as empresas quanto para os próprios profissionais, daí a necessidade de nós, executivos de Recursos Humanos, explorarmos as principais razões por trás dessa infelicidade e discutirmos a importância de criar um ambiente de trabalho saudável e motivador.
A primeira pergunta a ser respondida gira em torno dos fatores que contribuem para a infelicidade dos profissionais no ambiente de trabalho, que podem ser:
- Falta de reconhecimento e valorização dos esforços para a entrega de resultados de qualidade;
- Falta de oportunidades de crescimento, levando à estagnação da carreira e prejudicando o desenvolvimento de novas habilidades;
- Ambiente tóxico onde há competição desleal, falta de colaboração, presença de assédio moral, falta de respeito, empatia e compaixão;
- Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional devido à busca incessante por produtividade crescente, aliada à falta de priorização, no melhor estilo “tudo junto, ao mesmo tempo, agora.”
Não raras vezes, esses fatores aparecem combinados, o que torna as pessoas mais desengajadas, desmotivadas e, ainda pior, infelizes.
É de fundamental importância que as organizações reconheçam o quão importante é criar um ambiente de trabalho saudável e motivador. Funcionários felizes tendem a ser mais produtivos, engajados e leais à organização.
Isso faz com que permaneçam mais tempo na empresa, ou seja, aumenta o nível de retenção de talentos, que é a nossa busca diária, já que aprendemos que a rotatividade além de ser muito custosa pois inclui custos com recrutamento, treinamento, perda de produtividade e oportunidades, ainda traz impacto cultural, pois o estresse associado à rotatividade pode levar os funcionários atuais a questionarem se a empresa é a adequada para seus objetivos e ainda também podem se sentir sobrecarregados, levando a mais desengajamento e à diminuição da produtividade.
Investir em estratégias de retenção de talentos é essencial. Isso inclui oferecer benefícios competitivos, como plano de saúde, programas de desenvolvimento profissional e oportunidades de crescimento.
Neste quesito, especificamente, eu acho que nosso trabalho é desmistificar o tema e ressignificar a tão falada promoção. Avanço de carreira não pode estar atrelado única e tão somente à mudança de título, deve estar ancorada na aquisição de novos conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, com ênfase nas chamadas “soft skills”.
Além disso, é importante criar um ambiente de trabalho que promova a colaboração, o respeito mútuo e a comunicação aberta.
As empresas também devem incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oferecendo flexibilidade de horários, programas de bem-estar e políticas que permitam que os funcionários cuidem de suas famílias e interesses pessoais.
Há pequenas coisas que podemos fazer para deixar a vida das pessoas mais fácil e prazerosa, tornando-as mais felizes no trabalho, e eu garanto, algumas dessas ações não custam nada. Aqui vão alguns exemplos:
- Demonstrar interesse genuíno pelo ser humano: frases como “Como você se sente hoje?”, “Como está a sua família?”, “E aquele problema, já resolveu?”, “Estou disponível se precisar conversar”;
- Encorajar a colaboração através de metas compartilhadas: se um ganha, todos ganham;
- Celebrar momentos como aniversários, dias especiais, resultados atingidos e etc;
- Oferecer dias de folga além daqueles obrigatórios por lei, como por exemplo dia das mães, dia dos pais, dia do aniversário ou mesmo um dia para compensar e reconhecer um grande esforço.
Acima de tudo, cultive um ambiente de respeito mútuo. Garanto que vale a pena!