Silene Rodrigues explora as semelhanças entre a série Bridgerton, da Netflix, e o mundo corporativo, destacando o empoderamento feminino, o racismo e o impacto das mídias sociais
Como uma entusiasta de séries e verdadeira maratonista da Netflix, sou atraída por narrativas épicas. Uma dessas séries é Bridgerton, um drama histórico que não só revigorou o gênero, mas também trouxe à luz questões cruciais de diversidade, equidade e inclusão.
Aqui, quero comparar o ambiente da série Bridgerton com o mundo corporativo moderno, explorando temas do empoderamento feminino, do racismo e do impacto dos influenciadores e das mídias sociais.
Empoderamento feminino
Bridgerton: Ambientada na alta sociedade da Inglaterra do início do século XIX, a série apresenta personagens femininas fortes que desafiam as normas sociais de sua época. Personagens como Daphne Bridgerton e Eloise Bridgerton exemplificam diferentes aspectos do empoderamento feminino. Daphne, inicialmente vista como a típica debutante, descobre sua própria voz e poder ao longo do enredo. Eloise, por outro lado, questiona abertamente as normas patriarcais, desejando um papel além do casamento e da maternidade.
Eloise Bridgerton e Penelope Featherington, tentam se encaixar no estereótipo de donzelas casadoiras, participando dos eventos sociais e obedecendo às expectativas de suas famílias. No entanto, ambas acabam se afastando dessa norma: Eloise, com sua avidez por conhecimento e desejo de independência, e Penelope, com sua astúcia e habilidades como Lady Whistledown. Elas retornam à sua personalidade mais espontânea, buscando interesses que vão além do casamento, mostrando que as mulheres podem e devem buscar mais do que a sociedade tradicionalmente lhes oferece.
Mundo Corporativo Moderno: No ambiente corporativo contemporâneo, as mulheres enfrentam desafios semelhantes. Questões como a disparidade salarial, a sub-representação em cargos de liderança e a luta por um equilíbrio entre vida profissional e pessoal refletem os obstáculos enfrentados pelas mulheres de hoje.
Assim como as personagens de Bridgerton, as mulheres no local de trabalho moderno precisam de resiliência, assertividade e apoio mútuo para alcançar a igualdade. Além disso, muitas mulheres ainda são estereotipadas quando adotam um comportamento mais direto e assertivo. Enquanto homens são frequentemente elogiados por sua coragem e liderança, mulheres são frequentemente rotuladas como rudes ou agressivas.
Bridgerton nos lembra da importância de apoiar e valorizar a autenticidade e a individualidade feminina, tanto na sociedade quanto no local de trabalho.
Racismo
Bridgerton: A série incorpora uma diversidade anacrônica, trazendo minorias para a alta sociedade da Inglaterra do início do século XIX e demonstrando relações e comportamentos de igualdade, pelo menos do ponto de vista étnico-racial.
A rainha Charlotte é caracterizada como uma mulher negra e há fortes indícios de que ela realmente tenha sido descendente direta de uma africana. Outros personagens negros, como o Duque de Hastings, são representados na corte e na aristocracia sem qualquer sinal de racismo, criando um exercício interessante de igualdade e equidade.
Mundo Corporativo Moderno: No mundo corporativo, a inclusão de diversidade racial ainda é um desafio significativo. A representação de pessoas negras e de outras minorias em posições de liderança ainda é limitada, e o racismo, embora menos explícito do que no passado, continua a influenciar o ambiente de trabalho.
Empresas que desejam promover a diversidade precisam adotar políticas claras de recrutamento inclusivo e criar ambientes onde todas as pessoas, independentemente de sua etnia, possam prosperar.
Influencers e mídias sociais
Bridgerton: A personagem Lady Whistledown, com seu pequeno jornal impresso repleto de fofocas, lembra muito os influencers das mídias sociais de hoje. Ela pauta diretamente os comportamentos e as percepções na sociedade retratada na série, assim como os influencers modernos moldam as tendências e as opiniões no mundo atual.
Mundo Corporativo Moderno: Influencers e mídias sociais têm um impacto profundo no meio corporativo moderno. Eles não apenas moldam percepções públicas, mas também influenciam comportamentos internos nas empresas. A reputação de uma empresa pode ser significativamente afetada por como ela é percebida nas redes sociais, tornando essencial a gestão cuidadosa da presença online e a promoção de uma cultura corporativa positiva e inclusiva.
Comparar Bridgerton com o mundo corporativo moderno revela tanto progressos quanto desafios persistentes em termos de diversidade, equidade e inclusão. A série nos lembra que, apesar das barreiras impostas pela sociedade, as mulheres e outras minorias têm a capacidade de desafiar as expectativas e conquistar seus objetivos. No ambiente corporativo, promover a igualdade de gênero e a inclusão racial não é apenas uma questão moral, mas também uma estratégia inteligente de negócios que beneficia a todos.
A jornada para o empoderamento feminino e a inclusão racial não é simples e pode ter seus altos e baixos, mas no final vale a pena. Cada passo em direção à igualdade beneficia não apenas os negócios, mas também os indivíduos e a sociedade como um todo. Com persistência e apoio mútuo, podemos alcançar um futuro onde todos, independentemente de gênero ou raça, possam prosperar e alcançar seu pleno potencial.