Aderência ao home office pode depender de vários fatores, incluindo faixa etária do profissional, nicho e ano de fundação da empresa
O trabalho remoto nos Estados Unidos quintuplicou entre 2019 e 2023, de acordo com a WFH Research. Antes da pandemia, apenas 7,2% dos dias de trabalho eram realizados em casa, número que subiu para 61,5% em maio de 2020. Desde então, o home office tem recuado gradualmente, estabilizando em cerca de 30% em meados de 2022 e caindo ligeiramente para 28% no início deste ano.
Hoje, apenas 13% dos profissionais nos EUA trabalham de forma remota, enquanto 26% adotam um modelo híbrido e 62% atuam exclusivamente de forma presencial.
O retorno para os escritórios, porém, não está acontecendo em todos os setores. A pesquisa da WFH Research aponta que essa distribuição varia significativamente entre diferentes segmentos.
A área de TI lidera com 69% dos funcionários trabalhando total ou parcialmente em casa. O setor financeiro e de seguros ocupa a segunda posição, com 66% dos colaboradores remotos. E o entretenimento e as artes aparecem na terceira colocação com 59% dos profissionais atuando em regime híbrido ou remoto.
Na outra ponta, o varejo, food service e hotelaria apresentam as mais baixas taxas de trabalho remoto.
É claro que existem particularidades em cada mercado que podem exigir ou não a presença de trabalhadores no modelo presencial. Porém, o estudo sugere que a aderência ao home office vai além disso.
O que une as áreas onde o home office ou híbrido ainda domina?
Segundo as informações da WFH Research, três eixos estariam favorecendo o trabalho remoto: empresas localizadas em metrópolis — onde o deslocamento diário pode ser caótico — faixa etária do funcionário e tempo de existência da empresa.
Entre as principais áreas dos EUA, a Grande Los Angeles lidera na modalidade, com 34,4% dos dias de trabalho remunerados realizados em casa. Outras regiões com altas taxas incluem Grande Houston (32%), Washington DC-Baltimore (30,7%) e a área metropolitana de Nova York (30,7%).
Observando o perfil, o relatório identificou ainda que 68% dos colaboradores com idades entre 50 e 64 anos trabalham em regime presencial. O percentual cai para 59% na faixa dos 30 anos e 57% na casa dos 20 anos.
Por fim, a pesquisa também aponta que as empresas fundadas em 2020 têm a maior porcentagem de trabalho remoto, com 36% dos dias trabalhados em casa. Naquelas que já estavam ativas ou foram criadas depois, a tendência é que a aderência seja menor.
Embora traga dados importantes para as empresas analisarem, talvez o ponto mais importante do estudo seja mostrar que a aderência ao trabalho remoto vai muito além de as funções poderem ou não ser desenvolvidas em casa. Na verdade, a discussão passa não só por uma série de interesses de empregadores e funcionários, mas também por questões geográficas, geracionais e culturais que a gestão de pessoas precisa considerar.