Boi criado na Amazônia passa por “lavagem” para omitir origem ilegal

‘Lavagem de gado’: esquema permite que grandes empresas burlem leis ambientalistas e direitos indígenas

A criação de bovinos em áreas ilegais é, de longe, uma das maiores causas de desflorestamento na Amazônia – e, portanto, um dos principais inimigos na luta contra o aquecimento global. E, segundo investigações recentes, grande parte desse desmatamento é feito por meio de um esquema de “lavagem de gado”, como reportou o site de notícias Vox.

Semelhante aos desvios de bens ou valores, animais criados em áreas proibidas são transportados para fazendas regularizadas para omitir a origem ilegal do produto.

Desse jeito, pecuaristas conseguem vender a carne sem grandes problemas para grandes frigoríficos, como JBS e Marfrig, que desde 2009 são proibidos de comprar carne oriunda de criações em terras indígenas, reservas ambientais ou fazendas sem licença ambiental.

Segundo um novo estudo da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, entre 2013 e 2018, pelo menos três milhões de cabeças de gado compradas pelos frigoríficos foram, pelo menos parcialmente, criadas em áreas protegidas na Amazônia.

E o que dados mais recentes indicam é que essa situação só se agravou: entre agosto de 2018 e julho de 2021, foram mais de 34.000 quilômetros quadrados que despareceram do trecho brasileiro da Floresta Amazônica.

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