Pesquisa da Think Work revela que a maioria das pessoas não usa programas de saúde mental das empresas por considerarem que são ineficientes ou por vergonha
Nos últimos anos, cada vez mais empresas passaram a oferecer programas de saúde mental, com apoio psicológico e práticas como meditação. No entanto, de acordo com a pesquisa da Think Work sobre saúde mental entre os trabalhadores brasileiros, esses programas não estão sendo usados. Os dados foram coletados entre janeiro e fevereiro deste ano.
Entre os 223 respondentes, 61% afirmaram ter buscado apoio para a saúde mental nos últimos três anos. Mas, entre esses, 72% o fizeram por conta própria, sem apoio da organização.
E, entre aqueles que afirmam que a empresa tem programas de saúde mental, a percepção não é muito positiva: 4 em cada 10 afirmaram que não consideram o programa suficiente ou adequado para, de fato, oferecer o apoio ideal para o tramento da saúde mental.
Já entre os que disseram que não procuraram apoio, embora muitos tenham dito não ter sentido necessidade, um percentual significativo afirmou que o motivo foi por questões financeiras. Ou seja: muita gente não está se sentindo amparada para de fato tratar de problemas de saúde mental.
Outros problemas que impedem as pessoas de buscarem ajuda são a falta de conhecimento e tabus envolvendo o tema. “Há tanto pessoas que têm receio de se expor quanto aquelas que não sabem como recorrer ou se isso vai ajudar”, disse Matthias Wegener, head de pesquisas e benchmarking da Think Work Lab em um evento exclusivo para a divulgação dos dados.
Ele ressalta que um dado interessante foi a diferença entre homens e mulheres: elas representam 71% das pessoas que afirmaram ter buscado ajuda, contra 43% dos homens.
“Como a gente traz essa pauta para as empresas se os cargos mais altos da liderança são ocupados por homens e eles têm medo de se expor?”, questionou Tatiana Sendin, CEO da Think Work Lab. “Essa é mais uma barreira que precisa ser quebrada.”
A pesquisa também buscou entender qual seria esse apoio ideal para os respondentes. Em primeiro lugar, veio o plano de saúde, seguido de trabalho remoto e home office, e auxílio psicológico e terapia em terceiro lugar.
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Pesquisa muito oportuna. Em meu mestrado pesquisei a percepção de saúde mental e bem-estar nos servidores da instituição onde trabalho. Interessante que também verifiquei que as mulheres buscam tratamento com maior frequência em relação aos servidores do sexo masculino. Também identifiquei que os servidores, tanto homens como mulheres que ocupam cargos de liderança, não buscam ou demoram mais para buscar apoio psicológico. Na minha pesquisa este fato se relaciona a uma percepção de reconhecimento institucional. Apresentei os dados no congresso ISMA- BR em 2019. Parabéns a todos pelo excelente trabalho.