Número de empregos verdes – com “sustentabilidade” no título – aumentou dez vezes na última década, chegando a 177 mil, segundo a The Conversation
Os empregos verdes – aqueles que têm como objetivo principal diminuir os impactos ambientais para níveis sustentáveis – estão em alta, mas faltam profissionais qualificados para assumir essas posições, apontam estudos.
O número de vagas com “sustentabilidade” no título aumentou dez vezes na última década, chegando a 177 mil, segundo análise de uma base de dados global feita pela publicação acadêmica britânica The Conversation.
O preocupante é que não há profissionais qualificados suficientes para assumir essas posições.
De acordo com uma análise feita pelo LinkedIn, houve um crescimento global nos empregos verdes de aproximadamente 8% ao ano, considerando os anos de 2018 a 2023.
No entanto, o número de profissionais que listaram habilidades ligadas a esta área cresceu apenas 6% no mesmo período, de acordo com o levantamento que avaliou cerca de 800 milhões de usuários.
Brasil puxa demanda sustentável
Entre as funções verdes que mais crescem globalmente estão gerente de sustentabilidade, técnico de turbina eólica, consultor solar, ecologista e especialista em segurança e saúde ambiental, de acordo com a rede social.
O Brasil contribui fortemente para esta tendência, respondendo por mais de 10% dos empregos verdes no mundo, segundo cálculo da Agência Internacional para as Energias Renováveis. A expansão do mercado, principalmente na frente de energias renováveis, poderá gerar mais 2 milhões de vagas nos próximos cinco anos.
Mas os trabalhos verdes não estão concentrados apenas em áreas diretamente ligadas a energia renovável ou meio ambiente.
Exemplo disso, a PwC, empresa de consultoria financeira, anunciou que investiria cerca de 12 bilhões de dólares e geraria 100 mil empregos ligados a ESG até 2026, mostrando que também há demanda por profissionais de finanças especializados em sustentabilidade.
Como reduzir o gap da mão-de-obra verde
O grande desafio das empresas está no recrutamento de mão de obra qualificada para atender toda essa demanda. Para algumas, a solução tem sido garimpar e qualificar talentos dentro de casa.
Segundo pesquisa realizada pela Microsoft e pelo BCG, apenas 43% dos profissionais de sustentabilidade nas empresas tinham diplomas relacionados a essa área. Outro dado interessante é que 68% dos líderes de sustentabilidade foram contratados de forma interna nas empresas para preencher esses cargos.
Gigantes como Starbucks, HSBC, Salesforce e Microsoft criaram programas internos de qualificação em sustentabilidade para tentar diminuir o gap.