Nos últimos anos e, principalmente, durante a pandemia, o número de ataques de ransomware disparou no mundo todo. Com isso, surge um carreira especializado em intermediar transações com os criminosos — e diminuir os prejuízos para as empresas
Nos últimos anos, disparou no mundo a quantidade de ataques ransomware, quando hackers instalam um vírus no computador, impedindo o seu acesso, em troca de um resgate. Em maio, um grupo forçou o fechamento do oleoduto mais importante dos Estados Unidos, obrigando o país a decretar estado de emergência e a dona do oleoduto, a Colonial Pipeline, a pagar cerca de 5 milhões de dólares em Bitcoin para os invasores. No mesmo mês, a processadora de carnes JBS também teve de pagar 11 milhões de dólares para resgatar suas máquinas de hackers.
No ano passado, uma onda de ataques de ransomware tornou um período de isolamento ainda mais difícil.
Em dezembro, o chefe interino da Agência Federal de Segurança Cibernética e Infraestrutura disse que o ransomware estava “se tornando rapidamente uma emergência nacional”.
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Hackers atingem fabricantes de vacinas e laboratórios de pesquisa. Os hospitais perderam acesso aos protocolos de quimioterapia; distritos escolares cancelaram aulas. As empresas que lutavam para acomodar uma força de trabalho totalmente remota se descobriram vulneráveis a hackers.
O problema fez surgir no mercado uma nova profissão: a de negociador de ransomware, a pessoa responsável por fazer a interlocução com os hackers e minimizar o prejuízo dos ataques. A americana Group Sense, por exemplo, é uma das empresas especializadas em intermediar as negociações com hackers durante ataques ransomware.
Além de entender de tecnologia, os negociadores de hackers precisam de um conjunto de soft skills, como empatia e sutileza, para conversar com os invasores. Conforme empresas e governos se tornam mais dependentes de tecnologia, novas carreiras vão aparecendo no mercado. Até mesmo os hackers chegam a se organizar em grupos estruturados, alguns com metas financeiras − sinal de mais ameaças pela frente.