CHROs colocam IA e “era homem-máquina” no centro da agenda de 2026

Segundo o Gartner, diretores de RH também priorizam a mobilização de líderes em um cenário incerto e o fortalecimento da cultura para impulsionar a performance

O papel dos líderes de recursos humanos está em constante transformação diante das mudanças tecnológicas, sociais e econômicas que impactam a vida e, consequentemente, o trabalho.

Para entender como esses executivos estão se preparando para os próximos anos, a consultoria Gartner ouviu 426 CHROs de 23 indústrias em quatro regiões do mundo. A pesquisa reuniu ainda entrevistas, análises de mercado e dados de profissionais de diferentes níveis hierárquicos, resultando em um panorama sobre os caminhos que a gestão de pessoas deve seguir em 2026.

A seguir, os quatro temas destacados pelo Gartner como prioridades para os CHROs em 2026.

Usar a IA para revolucionar o RH

A prioridade número um para os CHROs é estruturar o uso da inteligência artificial dentro do RH.

A pesquisa indica que organizações que incorporam a IA em seus processos podem aumentar a produtividade em quase 30%. No entanto, não se trata apenas de adotar novos recursos, é preciso desenhar modelos operacionais que integrem a tecnologia ao trabalho humano, garantindo ética, governança e clareza sobre os papéis do RH em um ambiente digital.

Dados da Think Work reforçam esse cenário: 59% dos profissionais de RH acreditam que a ferramenta será um diferencial competitivo essencial, mas 23% reconhecem que ainda não têm clareza de metas ou resultados e 7% sequer discutem o tema de forma estratégica.

Ou seja, apesar de a tecnologia já estar presente, a maturidade do setor para explorá-la de maneira arrojada ainda é baixa.

Redesenhar o trabalho na era homem-máquina

A segunda prioridade está em repensar como humanos e máquinas vão compartilhar o trabalho daqui para frente.

A automação já substitui ou complementa tarefas rotineiras, mas o Gartner aponta que o diferencial competitivo estará em criar arranjos que potencializem o que cada parte faz de melhor. Isso significa preparar profissionais para desenvolver habilidades criativas, estratégicas e relacionais, enquanto a IA assume funções operacionais.

Para o RH, será necessário redesenhar cargos, criar métricas que avaliem esse equilíbrio e investir em capacitação constante para que as equipes saibam operar lado a lado com a tecnologia.

Mobilizar líderes para o crescimento em um mundo incerto

Em um ambiente de instabilidade econômica, pressões geopolíticas e mudanças constantes no mercado de trabalho, o papel da liderança se torna ainda mais crítico. O estudo revela que empresas em que os líderes enxergam a mudança como parte do cotidiano têm três vezes mais chances de engajar seus times em transformações.

Para os CHROs, isso significa criar programas de desenvolvimento que preparem gestores para atuar com resiliência, adaptabilidade e visão estratégica. Dar suporte emocional, oferecer ferramentas práticas de gestão e redefinir expectativas de liderança também podem ser tarefas que o RH terá que absorver.

Combater a atrofia cultural para impulsionar a performance

Por fim, o Gartner alerta para os riscos da “atrofia cultural”, quando os valores da empresa deixam de ser vividos no dia a dia. Isso enfraquece o engajamento e a identidade organizacional, além de prejudicar a performance — de acordo com a consultoria, companhias que conseguem manter sua cultura ativa chegam a registrar 34% a mais de desempenho.

A missão aqui é transformar valores em comportamentos observáveis e integrá-los às práticas de gestão, desde a avaliação de desempenho até os programas de desenvolvimento. Para isso, é preciso consistência, clareza na comunicação e envolvimento da liderança para que a cultura se mantenha como prática cotidiana.

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