Para ex-presidente do Google, automação forçará empresas a criarem “empregos de mentira”

Durante palestra, Kai-Fu Lee, ex-presidente do Google na China, afirmou que no futuro companhias terão de criar cargos apenas com o intuito de treinar os funcionários

Com a automação de tarefas repetitivas e, consequentemente, a extinção de cargos de entrada, as empresas terão de criar empregos de mentira para treinar os funcionários. Pelo menos é isso que acredita Kai-Fu Lee, CEO da Sinovation Ventures e ex-presidente do Google na China.

Em uma conferência sobre inteligência virtual, Lee afirmou que empresas terão de encontrar maneiras de desenvolver talentos em início de carreira para que eles, futuramente, ocupem posições de níveis seniores.

“O trabalho em níveis mais elevados de uma empresa, que requer pensamento mais profundo e criativo, é mais difícil de automatizar e deve ser realizado por humanos. Mas se o trabalho de nível básico for totalmente automatizado, as empresas não terão motivo para contratar e preparar jovens talentos”, disse Lee.

A saída, então, será criar empregos de mentira, apenas com o intuito de avaliar o desempenho dos profissionais. Ah, o salário terá de ser real.

Kai-Fu traz uma reflexão importante. Se a base da pirâmide for automatizada, da forma como prometem os especialistas, como será a carreira daqui para frente? Se não existirem cargos de analistas ou gerentes, quem serão os próximos diretores e CEOs? Alguém que “pulou” essas etapas?

Durante o evento, o executivo ainda falou sobre as polêmicas envolvendo inteligência artificial, sobretudo, sobre a acusação de que a tecnologia, muitas vezes, reproduz preconceitos. Para Lee, apesar do potencial para causar danos da IA, os desenvolvedores da tecnologia criaram um ambiente de autorregulação.

Entretanto, o especialista acredita que as empresas terão de desenvolver métricas para julgar o desempenho dos seus sistemas de IA. “Você só precisa fornecer meios sólidos para que esses tipos de ética de IA se tornem coisas mensuradas regularmente e se tornem acionáveis”, disse ele.

Com informações da Fortune.

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