A pandemia acelerou as mudanças no mercado de trabalho, forçando mulheres, jovens e empregados menos instruídos a buscar novas ocupações
Mais de 100 milhões de trabalhadores das oito maiores economias do mundo podem ter de buscar uma nova ocupação até 2030. É mais uma consequência da covid-19, que acelerou três mudanças no mercado: a adoção do trabalho remoto, o aumento da “economia de delivery”; e o maior uso de robôs e inteligências artificiais.
Os mais afetados serão as mulheres, os jovens e aqueles funcionários menos instruídos, especialmente os empregados em restaurantes, no varejo, em hotéis e na indústria do entretenimento.
A McKinsey, consultoria responsável pelo estudo, alerta que, após a pandemia, aumentou em 28% (3,8 milhões de pessoas) o número de profissionais que terão de se reinventar. A China será de longe o país mais impactado, com 54 milhões de chineses sendo obrigados a procurar outra tarefa.
Mas nem tudo são más notícias. Há também oportunidades. A consultoria dá o exemplo de um caixa de supermercado (com uma taxa de empregabilidade de -13%) que poderia atuar como promotor de venda (empregabilidade de 31%), inclusive com melhor salário. O desafio está em ajudar as pessoas a enxergarem novas oportunidades e prepará-las para assumi-las.
Retreinar e realocar trabalhadores em novas ocupações é uma tarefa maior do que se adaptar às necessidades impostas pela pandemia. No entanto, para os pesquisadores, à medida que as empresas enxergam além da crise, elas têm a oportunidade de reimaginar o negócio, sua mão de obra e seu local de trabalho – um caminho que passa longe do mero e simples retorno ao escritório e aos processos anteriormente em vigor.
Nesse contexto, o estudo lista quatro dicas para auxiliar as organizações na transição do trabalho em uma economia pós-pandêmica:
- Avaliar quem pode trabalhar remotamente, concentrando-se nas atividades desempenhadas em vez das funções como um todo;
- Assumir o papel de requalificar seus trabalhadores, buscando o apoio de instituições de ensino;
- Concentrar-se nas habilidades, em vez da formação acadêmica, ao abrir vagas e recrutar, o que pode facilitar as transições ocupacionais; e
- Adotar políticas de diversidade e medidas de inclusão.
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