Justiça social e crises de direitos humanos fazem parte das pautas que jovens querem discutir com suas empresas, mas gestores não estão prontos
A tradição de evitar temas sensíveis, como política e economia, no ambiente de trabalho está sendo desafiada pelas novas gerações.
Os Millennials e a Geração Z estão exigindo mais engajamento em “conversas difíceis” e esperam que suas empresas participem dessas questões.
Segundo o Achievers Workforce Institute, dois terços dos jovens trabalhadores preferem que suas empresas se posicionem publicamente sobre eventos mundiais. Em contraste, um em cada três Baby Boomers preferem que os empregadores permaneçam neutros.
As diferenças geracionais se tornam ainda mais desafiadoras quando encontram a falta de preparo na liderança. Algo que é bastante comum, já que a pesquisa conduzida pelo Achievers Workforce Institute indicou que apenas um quarto dos gestores sente que teve treinamento adequado para conduzir essas conversas.
“Agora, existe uma grande lacuna de confiança entre funcionários e gestores. Até que isso seja resolvido, a pressa em ir para o lado pessoal acabará por causar mais danos do que benefícios”, afirma Hannah Yardley, diretora de pessoal e cultura da Achievers.
E como driblar esse dilema?
Os especialistas apostam que o RH terá um papel importante, já que o caminho para criar um ambiente seguro para essas discussões deve ser pavimentado com base na promoção de uma cultura de confiança emocional, além do esforço dos líderes em reconhecer as diferentes necessidades de cada geração e das constantes transformações do mundo do trabalho.
“Navegar em conversas pessoais e complexas no trabalho é uma arte, não uma ciência, e o RH precisa garantir que os gerentes tenham as ferramentas necessárias para fazer isso com sucesso”, finaliza Yardley.