Ciborgues assumem a linha de frente

A tecnologia vai alterar as capacidades dos humanos, permitindo que trabalhadores criem soluções mais rápidas e melhores para os desafios complexos do setor de serviços

Ciborgues não são robôs. São humanos “modificados”, que implantaram tecnologias no próprio corpo para ganhar eficiência na forma como interagem com o mundo. Para Tony Garry e Tracy Harwood, que analisaram o trabalho de desses “transhumanos” em serviços essenciais, as tecnologias fundidas serão cada vez mais invisíveis e imperceptíveis e, em pouco tempo, poderá ser impossível diferenciar os ciborgues dos humanos.

Segundo os pesquisadores, que assinam estudo publicado no Journal of Service Theory and Practice, os avanços tecnológicos vão alterar as capacidades individuais dos humanos e permitirão que os ciborgues criem soluções mais rápidas e melhores para os desafios complexos dos serviços.

Os ciborgues deverão apresentar maior produtividade, com níveis reduzidos de estresse e aumento da saúde e longevidade.

Nos serviços, eles poderão atuar não apenas em atividades que requerem força e resistência, como também processar grandes quantidades de dados e executar tarefas fundamentadas em inteligência emocional – e artificial. Levando em conta projeções que indicam a produção global de dados em 2,3 trilhões de gigabytes por dia ainda este ano, a capacidade de identificar, adquirir e assimilar grande quantidade de dados dará aos ciborgues todo o “know what” e o “know how” para utilizar em seus relacionamentos com os clientes. 

Os ciborgues também serão capazes de classificar os clientes conforme suas preferências, seus hábitos e até mesmo seu estado emocional no momento. Eles poderão usar tecnologias de codificação facial para ler as emoções dos clientes e, em seguida, combiná-las, em tempo real, a informações básicas como compras anteriores, comportamentos e experiências na loja. Além disso, as possibilidades de inovação e geração de ideias para melhorias em processos também serão aumentadas exponencialmente com o trabalho dos ciborgues, a partir da fusão de suas capacidades analíticas, visão criativa e perspectiva humana.

Para as empresas, o emprego de ciborgues trará oportunidades – e desafios – sem precedentes. Eles oferecerão inimagináveis vantagens, mas também poderão representar riscos em questões de privacidade de dados, direitos humanos e desigualdade social. Como alertam os pesquisadores, atualmente não há legislação, contexto ético ou melhores práticas para a adoção dos ciborgues.Com as tecnologias avançando rapidamente, é passada a hora de as empresas começarem a debater o tema. Diretor de engenharia do Google, Ray Kurzewil prevê para 2045 a união de humanos e máquinas. São pouco mais de 20 anos para as companhias pensarem nas implicações e criarem regras para essa nova realidade.

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