Gupy aposta em novas IAs para repensar metas e desenvolvimento de carreira

Com dois lançamentos anunciados no HR4Results, empresa amplia atuação em gestão de talentos e propõe nova lógica para conectar desempenho, aprendizado e movimentações internas

Na tentativa de reduzir o desalinhamento entre metas organizacionais e objetivos individuais, uma das principais dores da gestão de pessoas segundo pesquisas recentes, a Gupy anunciou duas novas ferramentas durante o evento HR4Results 2025. A solução de Metas e a Central de Carreiras usam inteligência artificial para acelerar processos e integrar dados que podem estar dispersos em diferentes plataformas.

Segundo Guilherme Dias, CMO e cofundador da Gupy, os lançamentos são resultado de um processo de escuta com clientes ao longo dos últimos anos. “As empresas sempre nos relataram dificuldades em treinar na velocidade que o mercado exige e em manter times engajados. A complexidade aumenta quando os sistemas não se conversam e o RH trabalha com informações fragmentadas”, diz.

A plataforma de Metas busca facilitar o desdobramento de objetivos de forma alinhada com a estratégia do negócio. Com apoio de um agente de IA, é possível propor, revisar e distribuir metas entre as equipes com mais agilidade. A proposta é reduzir o tempo gasto com planilhas e reuniões, mantendo a possibilidade de ajustes manuais sempre que necessário.

Já a Central de Carreiras reúne, em uma única interface, dados sobre habilidades, treinamentos, desempenho e mobilidade interna. O objetivo é permitir que RHs e gestores visualizem a trajetória e o potencial dos colaboradores com base em evidências. 

“Quando cruzamos as informações de diferentes etapas da jornada, conseguimos enxergar o que a pessoa tem a oferecer além do cargo atual”, afirma Guilherme. 

Ele conta que a expectativa da Gupy com os lançamentos é elevar a maturidade da gestão de talentos, promovendo mais integração entre resultados para os negócios e oportunidades para as pessoas. 

A Central de Carreiras será oferecida gratuitamente para os clientes. A liberação será gradual, priorizando organizações que já utilizam mais de um produto da plataforma — já que o cruzamento de dados potencializa os insights. “Quanto mais soluções o cliente usa, maior o valor que ele vai perceber. A Central consegue conectar dados de recrutamento, desempenho, treinamento e engajamento para gerar inteligência real”. 

A expectativa para a funcionalidade de Metas é que 100% dos clientes da vertical de Performance e Desenvolvimento adotem a solução até o final de 2025. A partir desse marco, a Gupy projeta dobrar a base de organizações, ampliando o alcance e o impacto da tecnologia na gestão de objetivos.

IA como apoio, não como substituição

Durante a entrevista à Think Work, Guilherme reforçou que as novas soluções foram pensadas para trabalhar com o ser humano, e não no lugar dele. 

Ele explica que a Gupy adota o conceito de human-in-the-loop, em que o ser humano precisa estar envolvido nos processos considerados críticos.

No caso do desdobramento de metas, por exemplo, a IA faz sugestões com base nos dados da estrutura organizacional, das descrições de cargo e dos objetivos definidos pela liderança. A partir disso, os gestores analisam, ajustam e tomam decisões.

Segundo o CMO, esse modelo também ajuda o sistema a aprender com as interações humanas. “O algoritmo aprende para melhorar na próxima sugestão. Não é só para a gente validar. Muitas vezes ajustamos pontos, e alimenta o processo”, explica.

Com mais de 35 milhões de pessoas cadastradas e uma base de 4 mil clientes, a Gupy usa seus próprios dados para treinar os algoritmos. Os modelos passam por testes internos e comitês de ética antes de serem liberados. Para Guilherme, isso é fundamental para evitar vieses e garantir que as soluções tragam mais equidade.

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