As transformações diárias do mundo do trabalho chegam ao setor do RH e provocam consequências aos funcionários, que passam a exercer outras funções sem receber remuneração adicional
Conforme a área de gestão de pessoas cresce em importância estratégica no mundo corporativo, podemos acreditar que as funções do setor são cada vez mais estabelecidas e claras dentro das empresas. Mas, segundo uma recente pesquisa da Harris Poll, não é essa a realidade do mercado atualmente. Cerca de 69% dos respondentes afirmam vivenciar uma lacuna entre o cargo ocupado e a real função exercida no trabalho.
Esta desconexão observada entre a posição e a atividade executada carrega várias desvantagens, e pode ser um dos fatores responsáveis pelo aumento no número de demissões voluntárias, por exemplo. O relatório informa que os profissionais podem ser solicitados a realizar ações além do esperado ou ainda assumir um trabalho fora da função atribuída inicialmente, o que deixa a porta de saída aberta, especialmente se não há espaço para uma remuneração maior – fator que aumenta os índices de turnover e do quiet quitting.
O desvio de função no RH, inclusive, pode configurar uma irregularidade do vínculo empregatício, o que pode gerar danos ao trabalhador e empregador.
Segundo o estudo, aproximadamente 57% dos profissionais de RH estão procurando sair da área em um futuro próximo. A mesma proporção disse acreditar que precisaria trocar de empresa para conseguir um aumento significativo de salário. Os dados foram obtidos entre 20 e 29 de outubro e contaram com 4.240 participantes, sendo 1.121 profissionais norte-americanos de RH.
Para lidar melhor com as funções do cargo e se preparar para imprevistos, a maioria dos participantes do estudo mostrou-se interessada em obter mais treinamento e desenvolvimento dentro das empresas.
Os números mostram que para 78% dos respondentes, a companhia poderia oferecer mais oportunidades. Inclusive, até os chefes consideram necessário abrir mais espaço para o crescimento: 80% concordam que suas empresas poderiam fornecer mais oportunidades de capacitação às equipes.
O resultado da pesquisa abre espaço para a mudança de comportamentos na cultura organizacional das empresas, sobretudo em um contexto de ascensão do RH. Segundo um relatório do LinkedIn – plataforma digital de negócios – cinco das 25 funções que mais crescem nos EUA desde 2018 pertencem ao RH.
“E agora, neste momento incerto, os empregadores se tornaram ainda mais hiperfocados em manter suas melhores pessoas engajadas, satisfeitas e comprometidas com sua empresa. Como resultado, as funções de RH se tornaram mais necessárias e nichadas, com funções como gerente de experiência do funcionário participando da lista anual pela primeira vez este ano”, ressaltou o editor-gerente de empregos e desenvolvimento de carreira no LinkedIn News, Andrew Seaman.
A biblioteca de cases da Think Work conta com diversos projetos de sucesso que relatam todo o processo desde a concepção da iniciativa, até a implementação e os resultados. Acesse nossa área exclusiva para assinantes e confira.