Mulheres lideram o RH, mas equidade ainda é desafio

Embora sejam maioria nos postos de CHROs, mulheres ainda enfrentam obstáculos de gênero para se desenvolver e liderar

O Raio-X do RH, pesquisa realizada pela Think Work em parceria com o iFood Benefícios, revelou que 77% dos CHROs no Brasil são mulheres. 

Apesar de ser um número que mostra a representatividade feminina na gestão de pessoas, essa conquista ainda é ameaçada por vários fatores. 

Desigualdades e insatisfação com a cultura

A pesquisa Momento Profissional, realizada pela Think Work em 2024, aponta que as mulheres enfrentam diferentes obstáculos, e um deles é o gap salarial. De acordo com o levantamento, elas ganham cerca de 11% a menos do que os homens. 

Outra dessas questões é a cultura organizacional, que 30% das mulheres consideram desalinhada com seus valores ou mal definida, contra 19% dos homens.

Para que essa cultura seja mais inclusiva e favorável às mulheres, elas destacam a necessidade de ambientes menos rígidos e hierárquicos, além da eliminação efetiva de desigualdades de gênero e assédio moral.

Todas essas questões influenciam na satisfação profissional: cerca de 10% das mulheres afirmam se sentir mal na maioria ou em todos os dias no trabalho, o dobro do percentual registrado entre os homens.

Maternidade ainda é tabu

A sobrecarga com as responsabilidades parentais também recaem de forma desigual sobre as mulheres, afetando diretamente sua trajetória profissional.

Dados da pesquisa Parentalidade no Mercado de Trabalho da Think Work mostram que 64% das mães já desistiram de uma vaga de emprego por conta da parentalidade, contra 44% dos pais. 

Além disso, quando se trata da distribuição de tarefas de cuidado dos filhos, quase metade delas afirmam ter uma contribuição maior, enquanto apenas 7% dos pais dizem o mesmo.

Outro dado alarmante é que praticamente um terço das mulheres que são mães acreditam que ter filhos já impediu uma promoção, enquanto apenas um décimo dos pais relatam o mesmo.

O RH como catalisador da equidade

Diante desses desafios, o RH tem um papel fundamental para garantir não apenas a entrada de mulheres no mercado, mas também sua permanência e desenvolvimento. 

Estruturar políticas de apoio à parentalidade, flexibilizar jornadas de trabalho, promover processos de recrutamento inclusivos e criar ambientes que favoreçam a equidade são ações essenciais para consolidar uma cultura corporativa mais justa.

O RH deve ser um agente de transformação, assegurando que o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras não seja apenas um discurso, mas uma realidade.

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