RH brasileiro ainda enfrenta desafios estruturais, mas estudo da Think Work aponta cinco caminhos para fortalecer a área
A última edição da pesquisa Raio-X do RH, realizada pela Think Work em parceria com o iFood Benefícios, revela como os times de recursos humanos estão atuando nas organizações brasileiras hoje.
O estudo mostra uma área que ocupa um papel cada vez mais central nas empresas, lidando com temas como cultura, desempenho, saúde mental, diversidade e tecnologia.
E mesmo diante dos desafios, os dados também apontam avanços e oportunidades.
A seguir, reunimos cinco sugestões da pesquisa para fortalecer o papel do RH e elevar a gestão de pessoas a um novo patamar.
1. Priorize os investimentos com foco estratégico
A forma como o RH distribui seus recursos diz muito sobre a maturidade da área. A pesquisa Raio-X do RH mostra que 46% dos seus investimentos estão voltados para segmentos como carreira, avaliação de desempenho, cultura, comunicação interna e sistemas. São temas essenciais, mas é preciso ir além da escolha dos assuntos certos.
Investir com foco estratégico significa entender quais ações geram mais impacto nos resultados do negócio e no bem-estar das pessoas. Antes de aplicar recursos, o RH deve avaliar os desafios da corporação, definir prioridades e concentrar esforços no que realmente faz diferença.
2. Adote o modelo de business partner de RH
Em muitas empresas, o RH ainda concentra sozinho a responsabilidade pela gestão de pessoas. Essa centralização gera sobrecarga e impede a área de atuar de forma mais estratégica.
O modelo de business partner (BP) é uma solução para esse cenário. Esse profissional atua lado a lado com os gestores, ajudando a traduzir as diretrizes do RH em ações práticas no dia a dia das equipes.
De acordo com a pesquisa, 57% das empresas já adotam esse modelo. Nessas organizações, 71% das decisões relacionadas a pessoas são compartilhadas entre RH e liderança, o que torna a gestão mais eficiente e integrada.
3. Oriente a gestão por dados (de verdade)
Falar sobre dados já virou rotina, mas ainda são poucas as companhias que colocam isso em prática: só 13% baseiam suas decisões de gestão de pessoas em dados.
Na maioria dos casos, decisões importantes ainda são tomadas com base em percepções pessoais ou experiências passadas. Para mudar esse cenário, é essencial integrar tecnologia, ferramentas de análise e indicadores com a escuta ativa dos colaboradores.
Usar dados de forma inteligente permite agir com mais rapidez, precisão e alinhamento com os objetivos do empregador.
4. Cuide de quem cuida
Para que o RH funcione, as pessoas precisam estar bem. No entanto, apenas 30% dos profissionais do departamento dizem estar bem em relação ao estresse, e quase metade se sente cansada. Isso indica que quem está na linha de frente também precisa de suporte.
Na prática, isso significa promover espaços seguros de escuta, revisar metas e cargas de trabalho, garantir pausas e momentos de recuperação, oferecer apoio psicológico e criar políticas de bem-estar que também contemplem o time de Recursos Humanos.
5. Inove com intenção e consistência
Inovação ainda não faz parte da rotina da maioria dos RHs. De acordo com a pesquisa, só 14% das empresas mantêm práticas contínuas de inovação na área. A maior parte está apenas começando ou faz ações isoladas, sem conexão com um planejamento mais abrangente.
Mas inovar não significa criar algo completamente novo ou adotar tecnologias complexas.
A inovação começa com escuta. Entender o que as pessoas precisam, o que as motiva, o que está travando seu desempenho. Depois disso, vale buscar inspiração: olhar o que outras empresas estão fazendo, adaptar boas ideias à realidade da sua organização e propor soluções alinhadas à cultura e aos objetivos do negócio.
Por fim, inovar exige compromisso com a melhoria contínua. É preciso acompanhar resultados, medir impacto e ajustar o caminho com base em dados e feedbacks. Sem esse ciclo de aprendizado, até boas ideias podem se perder.
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