Número de trabalhadores 55+ sobe, mas empresas não estão preparadas

Pesquisa global da Bain & Co. mostra que, na próxima década, 150 milhões de empregos serão desempenhados por trabalhadores 55+ 

Um relatório feito pela consultoria global Bain & Co. apontou que, na próxima década, 150 milhões de empregos serão desempenhados por trabalhadores mais velhos. 

Em 2031, os trabalhadores com 55 anos ou mais serão ao menos 25% da força de trabalho nos países do G7 (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Japão, França e Itália), um salto de quase 10% em relação a 2011. O estudo aponta que os países em desenvolvimento também passarão por movimentos similares, inclusive o Brasil.

O estudo entrevistou 40 mil trabalhadores em 19 países para descobrir o que os motiva a ir trabalhar e o que os ajuda a prosperar quando chegam lá. A pesquisa mostra que, à medida que os trabalhadores envelhecem, suas prioridades evoluem. O profissional médio com mais de 60 anos está mais focado em fazer um trabalho interessante em um local em que tenha autonomia e flexibilidade. Muitos estão focados em dominar seu ofício, enquanto outros se sentem recompensados ​​ao ver suas ações causarem um impacto social positivo.

A porcentagem de trabalhadores em regimes parciais e independentes aumenta à medida que se aproximam da aposentadoria. Mas isso não se traduz em falta de engajamento com o trabalho. A pesquisa mostra que funcionários mais velhos se sentem mais leais às suas empresas e mais satisfeitos no trabalho e na vida. 

No entanto, poucas empresas estão reconhecendo essas mudanças nas necessidades de trabalhadores experientes.

“As pessoas estão trabalhando por mais tempo em suas vidas, mas achamos raro ver as organizações implementarem programas para integrar totalmente os trabalhadores mais velhos em seu sistema de talentos”, afirmou James Root, sócio da Bain & Co. e copresidente de seu think tank, Bain Futures, em um comunicado à imprensa.

A pesquisa da Bain mostra que os trabalhadores mais velhos nos EUA recebem treinamento com menos frequência do que seus colegas mais jovens. E, globalmente, programas multigeracionais de força de trabalho – como orientação reversa e programas de reinserção – são raros, de acordo com a AARP.

“Com as ferramentas certas, os trabalhadores mais velhos podem ajudar os empregadores a superar suas lacunas de talento e criar empregos de alta qualidade que transformam as habilidades e experiência dos mais velhos em uma vantagem competitiva. As empresas que investem em recrutamento, retenção, requalificação e respeito pelos pontos fortes desse grupo se prepararão para o sucesso à medida que a demografia da força de trabalho continuar a mudar.”, disse à imprensa Andrew Schwedel, sócio da Bain & Company.

Segundo o estudo, através da compreensão das motivações dos profissionais mais velhos, tanto individualmente quanto de forma mais geral, as empresas podem traçar seu caminho para o sucesso. A abordagem se concentra em três etapas: 

  • Reter e recrutar trabalhadores mais velhos, entendendo o que os motiva no trabalho: Antes dos 60 anos, o funcionário médio nos mercados desenvolvidos é motivado principalmente por uma boa remuneração. Por volta dos 60, há um ponto de inflexão. O trabalho interessante se torna o principal atributo, e tanto a autonomia quanto a flexibilidade aumentam significativamente em importância;

  • Requalificá-los para os próximos 10 anos: 22% dos trabalhadores com idades entre 55 e 64 anos dizem que precisam de mais habilidades tecnológicas. Para que os profissionais mais velhos aproveitem os programas de treinamento, as empresas precisam criar ações que atraiam sua busca por um trabalho interessante e incentivem os supervisores a motivar a participação de todas as faixas etárias.

  • Respeitar seus pontos fortes e permitir que façam o que fazem de melhor: É preciso dar espaço aos mais velhos para que orientem e ajudem outros a dominarem seus ofícios. Trazer os benefícios exclusivos dos trabalhadores mais velhos para o local de trabalho pode fortalecer a cultura organizacional para todos.

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