Legislação recém-aprovada auxilia funcionários que desejam solicitar um trabalho flexível aos seus empregadores a partir do primeiro dia no emprego
Os trabalhadores do Reino Unido ganharam mais um incentivo para uma jornada de trabalho flexível, em uma lei proposta pelo governo e celebrada pelos sindicatos.
Agora, todos terão o direito de solicitar, a partir do primeiro dia no emprego, que seus itinerários se adaptem às suas realidades, incluindo home office, parcial ou integral, plantões mais longos ou mais curtos ou o regime de meio período, por exemplo.
Atualmente, milhões de britânicos já ocupam posições que contam com este tipo de flexibilidade, mas sem uma lei para ampará-los, muitos ainda têm receio de conversar sobre isso com os gestores, ainda mais os recém-chegados às empresas.
A lei atual já contempla esse direito, mas somente a partir da 26ª semana de emprego. Os funcionários podem fazer uma solicitação a cada 12 meses e os empregadores têm três meses para responder, sem direito de contestação por parte dos trabalhadores.
Estudos conduzidos por instituições como a seguradora Royal London mostram que a flexibilidade no trabalho vem crescendo em importância para os britânicos, e se tornou, muitas vezes, um fator não negociável ao se candidatar para uma nova vaga.
Mesmo assim, muitos afirmaram em uma pesquisa conduzida pelo sindicato TUC, que não se sentiriam confortáveis em falar sobre isso em uma entrevista de emprego, com medo da resposta do empregador.
Agora, com a nova lei, além do direito de pedir a flexibilização a partir do primeiro dia, as empresas serão obrigadas a discutir outras possibilidades caso a resposta para a solicitação seja negativa.
Apesar de reconhecerem o avanço, os sindicatos britânicos acreditam que “o governo deve ir muito além para garantir que o trabalho flexível se torne a regra”, nas palavras da secretária geral da TUC, Frances O’Grady.
Para ela, o governo deve mudar a lei para que todo anúncio de emprego deixe claro qual tipo de flexibilidade está disponível para a vaga. “Além disso, deve dar aos trabalhadores o direito inquestionável de trabalhar de forma flexível a partir do primeiro dia no trabalho, não apenas a possibilidade de pedir por isso”, finaliza Frances.