Com IA, empresas precisarão treinar habilidades de funcionários

Estudo aponta que 86% dos profissionais acreditam que irão precisar de treinamentos para aprimorar as suas habilidades a partir do impacto da IA

Uma pesquisa feita pelo Boston Consulting Group (BCG) traz um novo panorama para o uso de inteligência artificial no mercado de trabalho. Segundo o estudo, 36% dos entrevistados acham que seu trabalho, provavelmente, será eliminado pela IA. Para se preparar para isso, 86% acreditam que irão precisar de treinamento para aprimorar as suas habilidades. 

No entanto, as organizações ainda não se planejaram completamente para essa realidade e, com isso, preparar os seus trabalhadores para os desafios que virão. Apenas 14% dos funcionários da linha de frente dizem ter passado por algum treinamento de qualificação até o momento, em comparação com 44% dos líderes.

“A qualificação é essencial e deve ser feita continuamente. Deve ir além de aprender como usar a tecnologia e permitir que os funcionários se adaptem em suas funções à medida que as atividades e os requisitos de habilidades evoluem”, explica Vinciane Beauchene, diretora administrativa do BCG, sócia e co-autora da pesquisa, em um comunicado à imprensa

Os entrevistados — 12.800 funcionários, entre executivos até níveis hierárquicos de entrada, de diferentes setores, e de 18 países, incluindo o Brasil — também responderam sobre a sua expectativa em relação ao impacto da IA no seu trabalho. 52% disseram que o otimismo é um dos dois principais sentimentos, um salto de 17 pontos percentuais em relação à última pesquisa, feita em 2018. A preocupação teve o declínio mais acentuado, caindo de 40% para 30%.

Essas percepções também variam de acordo com o nível hierárquico dos funcionários. As lideranças seniores, que, geralmente, são usuárias mais frequentes de IA generativa, são mais otimistas (62%) e menos preocupadas com ela do que os funcionários da linha de frente (42% otimistas). 

O otimismo também varia de acordo com a região. O campeão nesse quesito é justamente o Brasil, com 71% de otimistas, seguido por Índia (60%) e Oriente Médio (58%). Os menos otimistas são os EUA (46%), a Holanda (44%) e o Japão (40%). Os países mais preocupados são a Holanda (42%), a França (41%) e o Japão (38%), enquanto os menos preocupados são o Oriente Médio (25%), o Brasil (19%) e a Índia (14 %).

Para garantir o otimismo, a confiança e o engajamento dos trabalhadores em relação à IA o BCG recomenda três caminhos principais: 

  • Garanta que haja espaços para a experimentação responsável de IA: Os níveis de conforto com a tecnologia desempenham um papel fundamental e, quanto mais regularmente os funcionários usam IA, mais eles reconhecem seus benefícios, bem como suas limitações e riscos;
  • Invista em atualização regular: Dado o ritmo em que a tecnologia está evoluindo, as organizações não podem tratar a qualificação como um esforço único. Elas precisam investir em treinamento para ajudar os funcionários a se preparar para mudanças em seu trabalho e ajudá-los a ter sucesso em suas funções que irão mudar;
  • Priorize a criação de um programa de IA responsável: os funcionários desejam orientação e garantia de que suas organizações estão abordando a IA de maneira ética e as lideranças desejam poder ajudar a enquadrar os novos regulamentos de IA.

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