“Desenvolvimento conjunto deve ser prioridade no trabalho”

Palestrante do Think Work Connections traz a importância do desenvolvimento conjunto como foco para empresas e sociedade

“É preciso um engajamento de todas as empresas com a questão social”, afirmou Ana Inoue, em sua palestra no primeiro dia do evento Think Work Connections. Ana, que é psicóloga e superintendente do Itaú Educação e Trabalho, trouxe para a mesa a importância da formação profissional e educação contínua da população. “Precisamos acreditar que as pessoas são inteligentes e podem aprender, ou vamos criar um cenário de muitas dificuldades”, disse. 

Iniciado na tarde da última quarta-feira (10), o Think Work Connections reuniu executivos de gestão de pessoas das principais empresas brasileiras com o objetivo de repensar o mundo do trabalho. Entre os palestrantes iniciais, estavam Cláudio Garcia, professor da Universidade de Nova York, Jéssica Pereira, empreendedora e expoente em trabalho e inclusão e Ana Inoue, que trouxe à luz a questão da educação.

Desvalorização do trabalho na educação

Ana ressaltou que, na educação, o trabalho é uma questão presente na pré-escola, mas desaparece no ensino fundamental e médio, e só volta a ser tratado na faculdade. “No entanto, essa não é uma possibilidade para a maioria das pessoas”, advertiu. “Além disso, a educação profissionalizante, criada para atender aos pobres desvalidos, conforme descrito inicialmente na lei, acaba sendo vista como um beco sem saída e é desvalorizada”.

Para ela, a educação profissional deve ser vista como o começo da vida do aluno, e não como uma escolha limitada. E, mesmo assim, não deve ser pensada como um plano imutável de futuro.

“A capacidade de prever o futuro está cada vez menor, e a imprevisibilidade do mercado de trabalho exige uma formação que abra perspectivas”, sugeriu. Ana aproveitou para apresentar estudos tanto do Itaú, quanto do Insper, que indicam que o custo da evasão escolar no Brasil é de 220 bilhões de reais por ano, e que a falta de conclusão da educação básica tem um custo quatro vezes maior do que todo o investimento feito pelo aluno em sua formação. “É necessário, portanto, trazer a formação profissional para um campo de perspectivas, a fim de dar oportunidades e valorização aos jovens brasileiros”, concluiu.

As novas profissões e o futuro do trabalho

A palestra também destacou a importância de olhar para as profissões emergentes e o caminho da tecnologia. “O futuro do trabalho já está sendo definido e a tecnologia impacta todos os setores”, ressaltou. 

Ficou evidente a urgência de formar profissionais capazes de atender às demandas tecnológicas e que estejam preparados para as mudanças constantes do mercado de trabalho. Além disso, a especialista também assinalou a importância de se pensar coletivamente para, segundo ela, “promover a valorização do trabalho em rede, compartilhando conhecimento e desenvolvendo-se de forma conjunta”. 

“A educação deve acompanhar as novas tendências e promover a formação de profissionais capazes de atuar nas novas economias, como a cultura, que já representa uma parcela significativa do PIB”, destacou a convidada.

O Think Work Connections segue nos dias 11 e 12 de maio, trazendo os debates mais relevantes sobre o mundo do trabalho para os profissionais da área. O encontro acontece em Águas de Lindóia-SP, com RHs e palestrantes convidados e promete trazer muitos insights relevantes.

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