Liderança e o constante processo de ajustar nossas lentes

Para a Today, Ana Paula Franzoti escreve sobre a necessidade da liderança se aprimorar de forma constante

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Que liderar é um exercício não linear, todos, todas e todes nós sabemos. O hábito de ter respostas prontas, verdades absolutas e a decisão para tudo o que acontecia, seja na gestão de negócios ou na liderança de pessoas, ficou no passado e é um grande resquício da era industrial, certo? Bom… certo está, mas será que na prática é o que acontece?

É sobre este tema que gostaria de refletir junto com vocês este mês. Como evoluir no exercício de liderar, se trago comigo um modelo de liderança que não funciona em sua totalidade? Calma, não estou dizendo ou afirmando que ninguém é capaz de evoluir… Acredito 100% que sim. Mas por onde começar? Como perceber quais aspectos preciso olhar com mais cuidado, preciso estudar mais sobre, para evoluir?

De acordo com um estudo da Gallup, feito este ano, a liderança tem influencia de até 70% no engajamento das pessoas funcionárias com o negócio, o que é excelente, afinal é parte do papel do líder trazer resultados para a empresa. Mas, no entanto, um levantamento feito pela mesma empresa, com 7 mil pessoas nos Estados Unidos, demonstra que metade dos funcionários pede demissão por conta da sua liderança. Ou seja, achar que não temos que evoluir como líderes, ou que não devemos nos atualizar, impacta o engajamento e por consequência, impacta os negócios.

Faço uma palestra onde abordo este tema, com diferentes grupos na organização em que trabalho, e é incrível como não paramos para refletir. Vamos indo, indo, indo. Mas liderar é um exercício em sua essência de grandes reflexões, individuais e coletivas. Então, por onde começar?

Algumas perguntas podem nos ajudar:

  • Como tenho me atualizado? Já busquei me inteirar sobre inteligência artificial generativa ou acho que isso não é comigo, é com a “moçada”?
  • Como eu lido com o que me deixa desconfortável no trabalho?
  • Tenho procrastinado? 
  • Quais são os rituais com minha equipe? E quais rituais tenho para o meu desenvolvimento?
  • Eu sei o que é inegociável para mim? E para o time que lidero? Temos nossos acordos sobre o que é inegociável? Conversamos sobre isso?
  • Que tipo de conversa tenho com meu time no individual e no coletivo? Conheço suas histórias?

Essas e uma série de outras perguntas que com certeza você deve estar se fazendo agora fazem parte de reflexões importantes para o exercício de liderar. E se as respostas forem sempre positivas, recomendo que você ajuste a lente, porque ela pode estar ajustada para a sua forma exclusiva de ver o mundo.

Para ajustar, é muito simples: faça estas perguntas para as pessoas que trabalham contigo, seja seu time, pares, liderança, colegas e veja o que eles respondem. Não tenha medo das respostas, tenha coragem e generosidade ao ouvir o que as pessoas tem a dizer.

E mude a sua lente! Sem determinar tempo para uso, ou seja, mude sempre, ajuste sempre. É este ajuste de lente que fará com que possamos evoluir no exercício de liderar em um mundo BANE, ou seja: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. 

Não existe outro caminho que não seja o de coragem para ajustar a sua lente e evoluir junto! Pense nisso!

Ana Paula Franzoti

Diretora de Desenvolvimento Organizacional e Equidade, Diversidade & Inclusão. Na Think Work, escreve sobre carreira, diversidade e inclusão nas empresas e no mercado de trabalho.

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