Matthias Wegener escreve sobre a ascensão das RH Techs no mercado corporativo para a Think Work Today

Já faz um tempo que há um flerte no ar da área de recursos humanos.

De um lado estão as HR Techs. São startups voltadas para gestão de pessoas e trouxeram para o mercado serviços e ferramentas inovadoras. 

Elas têm transformado a maneira de gerir pessoas e até mesmo fizeram alguns antigos players se reinventarem para não ficar para trás.

Do outro lado, as empresas. Em muitas delas o RH já entendeu que precisa se tornar mais estratégico e que, para isso, deve liberar parte do seu tempo gasto com tarefas operacionais para focar no que realmente pode agregar valor para o negócio.

Parece uma união perfeita, não é? Enquanto as companhias precisam organizar, automatizar seus processos de RH, e encontrar maneiras de tomar decisões mais assertivas e baseadas em dados e evidências, as HR Techs têm justamente as soluções que podem apoiar as empresas nestes caminhos.

Mas esse casamento ainda não é realidade, como mostram os dados da pesquisa conduzida pela Think Work e pela Falconi, Como o RH tem usado dados e tecnologia, com 163 organizações de todo o Brasil. 

O estudo mostra que apenas 31% das empresas já tinham contratado uma HR Tech até o momento. Entre elas, diga-se de passagem, apenas 2% afirmaram que o projeto foi concluído sem sucesso.

Por outro lado, 44% das participantes do estudo disseram já ter pesquisado e avaliado uma startup, mas ainda não firmaram nenhum contrato. O número mostra como este flerte já vem acontecendo entre uma série de empresas e HR Techs e cabe às organizações tomar o próximo passo e oficializar a contratação de uma primeira startup de gestão de pessoas. 

Claro que é preciso tomar alguns cuidados ao avaliar esta contratação. Entender se não haverá sobreposições com tarefas já desempenhadas pela companhia, conhecer a fundo quais os resultados prometidos pelas ferramentas, entre outros. Consultar outros clientes da startup, inclusive, pode ser uma boa maneira de saber mais sobre os serviços oferecidos.

Mas, segundo as empresas que já experimentaram, a contratação das HR Techs tem valido a pena. Na maioria delas, houve importantes ganhos para o RH, como automatização dos processos, liberação de mais tempo para o RH conduzir tarefas estratégicas, melhora na experiência dos funcionários e até fortalecimento da cultura organizacional. 

Por outro lado, poucas foram as que relataram ter sentido efeitos negativos, como um RH mais impessoal ou falta de adaptação dos funcionários da área às novas ferramentas. 

Por isso, o conselho que fica para as empresas que ainda estão namorando sua primeira HR Tech é: identifiquem um bom projeto piloto e experimentem estas novas tecnologias que vieram para revolucionar o mercado de RH. 

Certamente este conselho não é só meu, mas da maioria dos RHs que já entenderam que estava na hora de oficializar essa relação.