Chefes tóxicos ainda são maioria, mas podem estar com os dias contados

Para três quartos dos profissionais, conviver com o chefe é a parte mais estressante do dia a dia no trabalho

Lidar com chefes abusivos ainda é rotina para muitas pessoas. De acordo com um relatório da McKinsey, 56% dos profissionais norte-americanos consideram seus líderes tóxicos e 75% afirmam que o momento mais estressante do dia é justamente quando precisam interagir com a chefia.

Esses números acendem um alerta sobre os impactos da liderança na saúde mental, no engajamento e na produtividade

Atitudes como microgerenciamento, resistência a novas ideias, falhas na comunicação e ausência de empatia aparecem com frequência nos relatos de funcionários que se sentem desmotivados e emocionalmente esgotados.

Dados da Think Work reforçam esse cenário. De acordo com uma pesquisa que mapeou perfis de liderança, os gestores com impacto mais negativo nas equipes são os que adotam um estilo autoritário.

Quase 60% dos colaboradores que têm líderes com essa característica relatam níveis de estresse tão elevados que chegam a afetar a saúde. Além disso, 21% dos liderados por chefes autoritários dizem ser infelizes na maioria dos dias e cerca de 30% pensam em sair da empresa o quanto antes.

Mudanças urgentes na gestão de pessoas

O contraste entre as práticas atuais de liderança e as expectativas das novas gerações também chama atenção. 

Segundo a Deloitte, empatia é a segunda qualidade mais valorizada por jovens profissionais, mas aparece apenas em quinto lugar entre as prioridades dos gestores. Apenas 35% dos respondentes afirmam que seus líderes são empáticos.

Outro estudo, da plataforma de saúde mental Talkspace, aponta que colaboradores que precisam disfarçar emoções ou fingir entusiasmo estão mais propensos à exaustão emocional, o que aumenta os riscos de ansiedade, desmotivação e rotatividade.

O perfil de liderança tóxica não conversa mais com o que as novas gerações esperam do mundo do trabalho. Além de comprometer a saúde dos times, esse tipo de gestão prejudica a inovação, a retenção de talentos e o desempenho do negócio como um todo.

Rever o estilo da liderança, investir em inteligência emocional e construir ambientes de segurança psicológica não são apenas demandas do presente, mas estratégias para garantir a sustentabilidade e a competitividade das empresas no futuro.

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