Um homem foi preso com 256 semicondutores presos ao corpo. Centenas tentam atravessar as fronteiras chinesas com chips escondidos. A crise mundial de semicondutores cria um novo mercado ilegal
Em meio à escassez global de semicondutores, que obrigou empresas de diversos segmentos paralisarem suas atividades, um novo tipo de comércio ilegal vem surgindo: o tráfico de chips. No começo de julho, um homem foi pego na alfândega do aeroporto de Hong Kong, na China, com 256 processadores Intel colados em seu corpo.
O detido transportava processadores Intel, modelos i7 e i9 da 11ª geração, cujo preço de mercado ultrapassaria os 120.000 euros. Os processadores estava presos em suas panturrilhas, coxas e costas .
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E não foi o único caso. Em junho, outro homem parou na prisão ao tentar atravessar a ponte que liga Hong Kong a Macau com 52 chips escondidos entre os assentos do veículo.
As consequências destes crimes são graves e implicam multas que podem ultrapassar um milhão de euros e penas de até sete anos de prisão na China.
Os casos bizarros estão diretamente ligados à crise causada pela escassez de semicondutores, que vem afetando todas as indústrias. Os fabricantes de celulares estão lançando menos aparelhos, como é o caso da Samsung; os consoles de videogame, como o PS5, além de caros, estão esgotando cada vez mais rápido e até montadoras de veículos estão precisando baixar as portas.
Quem diria que um dia chegaríamos a ver chips serem trafegados entre as nações, como acontecia no passado com ouro ou jóias. Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia, os semicondutores se tornaram moedas preciosas − capazes de definir o futuro de negócios.