Estresse pode ser “contagioso” no mundo virtual, diz estudo

Constante bombardeio de informações estressantes pode contribuir para o aumento da inflamação crônica, afetando o comportamento de sociedades inteiras, diz pesquisa

Um novo estudo publicado na revista Frontiers in Science sugere que o estresse crônico e a inflamação podem gerar impactos que vão além do indivíduo, afetando comunidades e até sociedades inteiras.

O autor principal, Prof. Yoram Vodovotz, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, destaca que o estresse, a inflamação e a subsequente deterioração cognitiva em indivíduos podem escalar para níveis comunitários e populacionais, influenciando a tomada de decisões e o comportamento de sociedades inteiras.

Uma das premissas centrais do estudo é a associação entre inflamação crônica e disfunção cognitiva. Os pesquisadores propõem uma nova ideia chamada ‘mapa central da inflamação’, sugerindo que o cérebro cria sua própria versão da inflamação corporal, o que, quando crônica, pode prejudicar o cérebro e afetar a cognição, emoção e comportamento.

Reação em cadeia

Outra premissa interessante é a propagação acelerada do estresse e da inflamação no ambiente virtual. Embora a inflamação não seja contagiosa, o estudo sugere que o estresse está sendo transmitido mais rapidamente do que nunca, principalmente através das redes sociais e outras formas de comunicação digital.

O constante bombardeio de informações estressantes pode contribuir para o aumento da inflamação crônica, afetando o pensamento, o comportamento e as emoções em sociedades globalizadas.

Os pesquisadores destacam que o fenômeno pode explicar as respostas caóticas e contraditórias de grandes partes da população global a eventos estressantes, como mudanças climáticas e a pandemia de COVID-19.

O estudo alerta para o perigo de um ciclo de disfunção social e degradação ambiental motivado por essa cadeia de eventos.

Detox digital

Embora níveis atuais de estresse global não tenham levado a distúrbios generalizados na sociedade, os autores destacam a importância de “controladores” como confiança em leis, ciência e organizações multinacionais.

No entanto, eles reconhecem que as normas e instituições sociais estão cada vez mais sendo questionadas, exigindo uma abordagem coordenada e interdisciplinar para definir intervenções que melhorem a vida dos indivíduos e a resiliência das comunidades ao estresse.

O estudo sugere a redução da exposição às redes sociais como parte da solução, além de intervenções em diversos níveis e escalas para mitigar o estresse inflamatório global.

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