Descompasso entre as expectativas dos funcionários e as atitudes dos líderes leva a sentimentos negativos e pode aumentar a rotatividade, segundo pesquisa
O que os funcionários sentem em uma crise? Como reagem às decisões da liderança? Para responder essas perguntas, pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, analisaram três empresas locais que passavam por problemas.
Descobriram que há um descompasso entre as ações tomadas pelos gestores e as atitudes desejadas pelos empregados. Publicado no International Journal of Conflict Management, o estudo ainda prova que os sentimentos e as atitudes individuais influenciam o coletivo.
De acordo com a análise, as reações emocionais dos trabalhadores à crise e as estratégias da liderança são principalmente negativas.
A contradição entre a expectativa dos empregados e as atitudes de seus gestores leva a sentimentos como raiva, medo, surpresa e tristeza. No longo prazo, essa comoção se converte em ações, como absenteísmo, greves, saída dos profissionais (ou desejo de saída), litígios e alteração no estado de confiança na companhia.
Em um momento turbulento, é comum a liderança negar a situação, minimizar o problema ou se evadir das responsabilidades.
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Portanto, sugere a pesquisa, é imperativo que os chefes sejam treinados em habilidades específicas, que os ajudem a identificar os estados emocionais das pessoas e a preparar as ações.
Mais que isso: os pesquisadores indicam, ainda, a necessidade de as companhias desenvolverem planos pré-crise, com orientações específicas sobre como mapear e gerenciar as reações individuais e coletivas dos funcionários durante o período difícil.