Mesmo com formação superior, muitos imigrantes encontram barreiras no mercado de trabalho
Ao mesmo tempo em que as empresas sofrem com a falta de talentos, pessoas qualificadas no mundo todo enfrentam dificuldades para conseguir emprego quando se mudam para outro país. Nos Estados Unidos, por exemplo, até 25% dos imigrantes com diploma universitário ocupam subempregos. Na Argentina, o número sobe para 52%, enquanto outros 36% estão desempregados. As razões disso vão desde o preconceito dos recrutadores e a barreira da língua até questões burocráticas, como entraves para revalidar o diploma ou obter licenças para exercer a profissão.
Conforme disse à BBC Jeanne Batalova, que analisa dados de migração do Migration Policy Institute (MPI), dos Estados Unidos, alguns grupos têm mais propensão a serem subempregados: imigrantes negros e hispânicos, pessoas com menos proficiência no inglês e aqueles em busca de asilo. Os padrões também variam de acordo com a profissão. Os dados do MPI mostram que, nos Estados Unidos, 15% dos profissionais de saúde ou formados em medicina fora do país são subempregados, comparados com 9% das pessoas formadas nas mesmas áreas nos Estados Unidos.
Enquanto isso, a proporção de imigrantes altamente qualificados tem subido, afirma Batalova. Para sobreviver nesse cenário, eles acabam recorrendo a vagas de níveis mais baixos ou trabalham para aplicativos como entregadores e motoristas. Só que o fenômeno do “desperdício de cérebros” não prejudica apenas os trabalhadores. Segundo o MPI, a economia dos Estados Unidos perde cerca de 40 bilhões de dólares por ano por não aproveitar os imigrantes qualificados no mercado de trabalho.