Projetos que retardam o envelhecimento já são testados nos animais de estimação. Expectativa é que, conforme sejam bem-sucedidos, os testes sejam ampliados para humanos
A startup americana Cellular Longevity Inc tem um plano ousado para aumentar a longevidade dos seres humanos: estender a vida dos cães. A empresa, que já arrecadou 11 milhões de dólares em investimentos, está desenvolvendo dois compostos com propriedades anti-envelhecimento.
Embora mantenha os detalhes do projeto sob sigilo, a startup afirmou que planeja iniciar os testes em cães no início de 2022.
A expectativa é que, se os tratamentos forem bem-sucedidos nas cobaias caninas, os reguladores autorizem a utilização dos remédios em humanos.
Tweet
“Nós co-evoluímos com eles e eles têm um ambiente compartilhado conosco. Eles também desenvolvem doenças relacionadas à idade ao longo do tempo. Se pudermos fazer isso pelos cães, as pessoas também vão querer ”, declarou Celine Halioua, fundadora da startup para a Bloomberg. Antes de empreender, Celine, que é neurocientista, trabalhou para fundos de capital de risco focados em negócios para aumentar a longevidade.
Embora inusitada, a ideia da empreendedora não é inteiramente nova. O Instituto Nacional de Saúde Americano, por exemplo, lidera um projeto batizado de Dog Aging Project, voltado para examinar como fatores genéticos e ambientais afetam o processo de envelhecimento dos cães.
Ao todo, o projeto já arrecadou 25 milhões de dólares e cerca de 30.000 tutores já inscreveram seus pets para participar da iniciativa. O próximo passo é testar um composto médico chamado rapamicina, usado para prevenir a rejeição do transplante de órgãos e alguns tipos de câncer. A rapamicina, que é um imunossupressor, parece atrasar ou reverter o envelhecimento em praticamente todos os tecidos onde foi examinada.
Retardar o envelhecimento, de todo modo, é uma das grandes ambições do Vale do Silício, de onde já surgiram projetos ligados a células troncos, super-pílulas e até transfusões de sangue de pessoas mais jovens. A ver.