Startup britânica Fabricnano desenvolveu uma nova tecnologia para fabricar polímeros a partir de proteínas e enzimas de forma mais eficiente
Já está sentindo falta dos canudos de plástico? Ou das sacolinhas de supermercado?
Se depender da startup britânica Fabricnano, essa saudade está com os dias contados. Desde 2018 pesquisando novas formas de se obter plástico, a empresa parece finalmente ter encontrado uma solução economicamente viável para a produção, que não envolve petróleo: as plantas.
Na verdade, já existem formas de se obter o material a partir de substâncias não petroquímicas, como enzimas, que são proteínas com capacidade de acelerar reações químicas. O famoso xarope de milho, por exemplo, rico em frutose e tão popular nos Estados Unidos, mistura amido de milho e um trio de proteínas.
Mas, até agora, o processo era muito caro e demorado quando o objetivo era fabricar materiais mais complexos. Isso porque, segundo a empresa, grande parte das enzimas usadas para induzir as reações químicas necessárias acabava destruída, ou degradada, durante o processo.
A grande descoberta da vez é um tipo de suporte que liga as proteínas sem danificá-las. A startup utiliza filamentos de DNA feitos em laboratório para ligar as moléculas, algo que nunca havia sido estudado na indústria.
Segundo o CEO da Fabricnano, Grant Aarons, os maiores interessados na viabilidade comercial do plástico de plantas são justamente grandes conglomerados petroquímicos. “As maiores empresas químicas, parte delas nossas clientes, estão muito interessadas em que a produção de polímeros vegetais tenham um custo parecido com o do plástico PET”, diz ele.
Isso porque, não é a toa que o debate acerca das práticas ESG (Environmental, Social and Governance) nas empresas segue se fortalecendo. A pressão dos consumidores por soluções mais ecológicas vem crescendo todos os anos.
Uma pesquisa feita em 2022 pela IBM mostra que mais da metade das pessoas (51%) se importa mais com questões ambientais hoje do que há 12 meses atrás. No mesmo estudo, quase uma em cada duas pessoas (49%) disse que já pagou valores até 60% mais altos por produtos de marcas que tenham compromisso com a sustentabilidade.