Além disso, o CEO da companhia também acabou com os benefícios de educação e bem-estar por considerá-los “paternalistas”
Cerca de um terço dos funcionários da Basecamp, dona de um popular aplicativo de gerenciamento de projetos, se demitiu no final de abril. A debandada aconteceu dias após o CEO da companhia, Jason Fried, tomar uma atitude, digamos, controversa.
Em uma postagem no blog da Basecamp, Jason anunciou que as discussões políticas e sociais estavam proibidas em fóruns e outras plataformas internas da empresa. Além disso, o executivo também afirmou que dissolveria os comitês de funcionários e acabaria com benefícios de incentivo ao bem-estar e educação. Estes últimos aos quais chamou de “paternalistas”.
Para justificar a atitude, o CEO afirmou que os debates sobre questões sociais no ambiente corporativo se tornaram “uma grande distração”, que drenam a energia e “redirecionam o diálogo para lugares sombrios”.
Só que as mudanças não agradaram o time, composto por quase 60 pessoas. Em protesto, três gerentes, além de vários desenvolvedores, saíram da empresa e acusaram Jason de tentar silenciar os trabalhadores. Vários foram às redes sociais anunciar sua demissão por conta de divergências com a nova política da Basecamp.
Segundo uma reportagem da revista The Verge, a polêmica teria começado após alguns funcionários se sentirem incomodados com comentários racistas feitos por colegas em uma plataforma de comunicação interna. A atitude despertou a ira do CEO, que partiu para as proibições.
A decisão da Basecamp é especialmente controversa uma vez que, atualmente, vemos diversos executivos se tornarem “ativistas” e incentivarem discussões políticas e sociais em prol da diversidade.
Creio que faltou uma dose de equilíbrio. Se a origem dos comentários foram racistas não deveriam ter sido estabelecidas regras sobre a natureza das falas e conscientizar os empregados?