Pela primeira vez, a média salarial feminina é maior que a dos homens – mas só em algumas cidades dos Estados Unidos
As mulheres americanas ainda ganham, em média, 18% a menos que os seus pares masculinos. Mas, pela primeira vez, em 22 de 250 cidades dos Estados Unidos, a média salarial das profissionais com menos de 30 anos é superior à dos homens.
Os dados são de uma nova pesquisa do Pew Research Center divulgada pela BBC e feita com base no censo americano. O primeiro fator por trás da tendência é a educação. Nas cidades em que as mulheres ganham igual ou mais que os homens, há mais formadas no ensino superior, segundo o autor do relatório, Richard Fry, pesquisador sênior na Pew. “Completar o diploma de bacharelado tende a impulsionar os ganhos e diminuir o gap salarial”, disse à BBC.
Fora isso, em municípios onde os maiores empregadores são de setores predominantemente femininos, elas também ganham mais. Um exemplo é o setor de educação, no qual as mulheres ocupam mais de três quartos dos empregos. Assim, isso explica a cidade em que elas mais têm salários acima da média, Wenatchee. Lá, o segundo maior empregador é a escola do distrito.
Já as áreas em que elas ganham menos tendem a coincidir com aquelas em que os maiores empregadores são da indústria de manufatura, ocupada em apenas 30% pelas mulheres. Assim, a média salarial feminina tende a cair – chegando a até 67% menos que a dos homens em algumas das cidades mais dominadas pela indústria.
Por fim, o último fator para as diferenças salariais é a maternidade. Nas regiões em que as mulheres são mães mais cedo, elas acabam recebendo salários menores que os homens. “Estima-se que a perda no salário-hora por ser mãe seja próxima de 10% quando comparado com o que se poderia ganhar se tivesse prosseguido sem ter filhos”, disse Alexandra Killewald, professora de sociologia na Universidade de Harvard.
Assim, se o relatório mostra um avanço, resultado dos avanços na educação das mulheres, chama a atenção o fato de a maternidade ainda ser um fator para salários mais baixos entre as mulheres.