Dados da pesquisa do Pew Research Center são ainda mais relevantes em um contexto em que grandes empresas como a Amazon lutam para evitar a criação de sindicatos por seus funcionários
A pandemia, como em nenhum outro momento dos últimos tempos, evidenciou tanto as desigualdades. Empresas e governos foram pressionados a oferecer melhores condições para cidadãos e trabalhadores, principalmente aqueles expostos à contaminação pelo coronavírus.
Uma prova disso é que a proporção de trabalhadores americanos sindicalizados aumentou durante a crise de Covid-19. Segundo o Federal Bureau of Labor Statistics, cerca de 10,8% dos profissionais afirmaram ser membros de um sindicato em 2020, ante 10,3% que relataram o mesmo em 2019.
O índice de sindicalização ainda é considerado baixo, uma vez que, em 1983, por exemplo, os americanos organizados em sindicatos representavam 20% da mão de obra do país. Entretanto, o ligeiro aumento representa uma reviravolta na tendência de queda nas filiações e envia uma mensagem às empresas: os trabalhadores estão desejando ter mais voz nas organizações.
Uma pesquisa recente do instituto Pew Research Center comprova isso. Segundo o levantamento, que ouviu 5.109 pessoas nos Estados Unidos entre os dias 5 e 11 de abril de 2021, 53% dos americanos vê a baixa sindicalização como um problema para o país.
Principalmente os jovens estão mais atentos à importância da se organizarem em busca de mais representatividade.
Quase dois terços dos republicanos com 65 anos ou mais (65%) dizem que o declínio dos sindicatos foi muito bom ou um tanto bom para os trabalhadores. Aproximadamente metade dos republicanos com menos de 40 anos (47%) dizem o mesmo.
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Mas nem sempre as organizações estão ouvindo esse recado. A Amazon, por exemplo, ganhou as manchetes ao ser acusada de intimidar funcionários para que eles não se sindicalizassem. A famosa fábrica de bolos Tate’s Cake Shop também é outra acusada de ameaçar empregados com deportação caso eles se reunissem em busca de representação.