Um novo estudo mostra um descompasso entre a percepção dos executivos de alto escalão e a dos gerentes e funcionários sobre a formação em Inteligência Artificial (IA) nas empresas.
De acordo com a pesquisa, realizada pelo instituto Upwork, 73% dos executivos de C-level acreditam que suas organizações já estão adotando completamente a IA generativa, incluindo desenvolvendo os funcionários para tirar melhor proveito da tecnologia. No entanto, pouco mais da metade (53%) dos gerentes seniores concordam com essa afirmação. E pior: apenas 37% dos funcionários de nível operacional afirmam que recebem treinamentos sobre a adoção da nova ferramenta.
Kelly Monahan, diretora do Instituto de Pesquisa da Upwork e uma das responsáveis pelo estudo, sugere que o descompasso entre líderes e liderados é uma “questão de altitude”, ou seja, de onde você está na organização e com o que você está sendo pago para se preocupar.
Segundo a pesquisadora, o uso da inteligência artificial varia conforme a pessoa para quem se pergunta, o setor de atuação do negócio e até o nível de trabalho remoto adotado pela companhia. Organizações que operam totalmente remotas são mais propensas a usar IA generativa, em comparação com as que atuam somente com seus funcionários no modelo presencial – em uma proporção de 68% contra 53%, respectivamente.
Outro achado curioso. Apesar do que se pensa, o estudo sugere que as companhias vão contratar mais trabalhadores por causa da IA generativa. Metade dos gestores afirmam que pretendem recrutar mais freelancers, e 50% planejam empregar profissionais em tempo integral. Entre os executivos de C-Level, o entendimento é que funcionários de todos os tipos terão de ser contratados devido à IA.
Para capacitar essa mão de obra necessária, as empresas precisam investir em upskilling e reskilling dos profissionais. Como em muitos países o número de aposentados está superando o de novos entrantes no mercado de trabalho, as organizações não podem esperar que os jovens serão suficientes para preencher essas vagas.
Contudo, a pesquisadora destaca que a responsabilidade pelo desenvolvimento deve ser compartilhada. Tanto as pessoas precisam ter iniciativa de aprender sobre IA, como as companhias precisam desenhar cursos e treinamentos mais eficientes do que abordagem da experimentação.
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