De um lado, empresas estão obrigando funcionários a se vacinar. Do outro, americanos dizem que se imunizariam caso recebessem 100 dólares
A sociedade anda polarizada e, durante a pandemia, isso não mudou. Até a imunização contra o novo coronavírus, essencial para o retorno à vida normal, virou motivo de briga, com uns defendendo a vacina e outros recusando o remédio.
Diante disso, um hospital do Texas, nos Estados Unidos, passou a obrigar que todos os seus funcionários sejam vacinados contra a covid-19. Quem rejeitar a picada no braço será demitido. O hospital, localizado em Houston, foi o primeiro grande sistema hospitalar a tomar tal atitude. Por outro lado, em maio, uma escola em Miami foi no caminho oposto e causou polêmica ao aconselhar os seus professores a não se vacinarem.
Por aqui, em janeiro, o Ministério Público do Trabalho, soltou uma nota técnica afirmando que os trabalhadores que se recusarem a tomar a vacina podem ser demitidos por justa causa.
Porém, alguns advogados trabalhistas alertaram para o fato de as regras para a demissão por justa não se aplicarem à recusa da imunização, o que poderia suscitar reclamações na justiça do trabalho.
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No meio desse imbróglio, ficam as empresas que, para planejar o retorno às atividades presenciais, deverão pesar a decisão de obrigar (ou não) os funcionários a se imunizar.
Na outra ponta, sem poder obrigar as pessoas a se vacinarem, governos estão às voltas para incentivar os mais reticentes e acelerar a imunização. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia indica que talvez o poder público devesse deixar as campanhas de conscientização de lado e apostar em outras estratégias para convencer os cidadãos a tomarem a vacina contra a covid-19.
Das 75 mil pessoas ouvidas no estudo, 34% se dizem mais dispostas a levar a agulhada no braço caso recebam 100 dólares em contrapartida. Entre os democratas, 82% afirmaram que tomariam o imunizante caso isso significasse a possibilidade de deixar de usar máscara.