Embora maioria das companhias ainda queira se distanciar de questões políticas, a nova lei do Texas obrigou que muitas se posicionassem. Uber, Salesforce e Bumble foram algumas delas
O estado do Texas aprovou recentemente uma das mais restritivas leis em relação ao aborto dos Estados Unidos. A nova regra proíbe a interrupção da gravidez depois da sexta semana de gestação — sem exceções, como para casos de estupro ou incesto.
A legislação tem uma consequência inusitada. Segundo especialistas, uma brecha na lei pode fazer com que qualquer pessoa seja processada por (consciente ou inconscientemente) encorajar a “realização ou indução de um aborto”. Essa relação poderia afetar desde grupos no Facebook até motoristas de aplicativo que transportassem passageiras para realizar o procedimento.
Uma semana após a publicação da lei, as plataformas Lyft e Uber declararam que cobririam as multas que os motoristas do Texas viessem a receber. Já as donas dos aplicativos de namoro Bumble e Match criaram um fundo para apoiar funcionários e dependentes que morem no Texas e decidam realizar um aborto em outro estado.
A Salesforce foi outra companhia que se comprometeu a ajudar os funcionários e suas famílias a se mudarem caso estejam preocupados com a possibilidade de buscar cuidados reprodutivos, depois que uma lei de aborto do Texas entrou em vigor.
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“Essas são questões incrivelmente pessoais que afetam diretamente muitos de nós – especialmente as mulheres. Reconhecemos e respeitamos que todos temos perspectivas profundas e diferentes. Como empresa, estamos com todas as nossas mulheres na Salesforce e em todos os lugares”, disse a companhia de tecnologia em um comunicado para os funcionários no Slack, a mensagem foi obtida pela CNBC.
A possibilidade de gigantes como Facebook ou Uber serem processadas por um assunto amplamente discutido na sociedade só mostra como os negócios estão conectados com o mundo que nos cerca — apesar do esforço das empresas de se afastarem dos temas polêmicos.