Um líder consciente usa o amor para mudar os negócios

“O líder consciente passa a olhar para dentro de si e a tomar consciência de seu verdadeiro Eu. A partir dessa ‘alfabetização emocional’, ele começa um processo para entender o outro e vai em busca do Nós”, diz Leandro José Soares, gerente de RH na Schulz

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Quem ouviu falar ou praticou dentro de suas organizações o desenvolvimento de Líder Consciente? Geralmente, sabemos o que significa liderar e formamos as pessoas para serem líder. Mas o conceito de “liderança consciente” é raro nas empresas. Para falarmos sobre isso, antes precisamos entender o que é consciência.

No livro Empresas que curam, Raj Sisodia e Michael J. Gelb citam a definição de Horace Mann (“Consciência é o imã da alma”), bem como a de George Washington, que dizia que a consciência era a “fagulha do fogo celestial” e que deveríamos mantê-la “viva e acesa em nossos corações”. A palavra consciência vem do latim (conscientia) e significa “autoconhecimento”.

Dessa forma, o líder consciente, inicialmente, passa a olhar para dentro de si e a tomar consciência de seu verdadeiro Eu. A partir dessa “alfabetização emocional”, ele começa um processo para entender o outro e vai em busca do Nós. Mas como fazer essa elevação do nível de consciência?

O primeiro ponto é fazer essa alfabetização emocional, que significa compreender as emoções que dominam suas atitudes e comportamentos e, após essa avaliação, saber controlar e neutralizar os mesmos. Esse discernimento fará com que o líder se entenda melhor e facilite a interação com os outros. É aquela velha história: antes de liderarmos as pessoas, precisamos liderar a nós mesmos.

Dependendo das emoções que regem o líder, suas ações podem ser conduzidas pelo Medo ou pelo Amor. Infelizmente, é comum percebermos nas organizações a presença do Medo, e o resultado é um ambiente no qual a desigualdade e o pensamento da escassez imperam, onde não há respeito pelas pessoas e o regime é opressor, com um tempero de ganância e egoísmo. Todavia, quando movido pelo Amor, o resultado é o contrário. O Amor liberta, gera inclusão, abundância, prosperidade e felicidade, além de humanizar as relações do trabalho.

A pergunta que faço é: as empresas estão preparadas para desenvolver o líder consciente, visando atingir seu papel de imã da alma? No meu entendimento, isso somente acontecerá quando os líderes experimentarem o despertar da consciência, escolhendo agir e conduzir suas rotinas com Amor.

Eu creio que o amor, a empatia e o interesse genuíno pelas pessoas ajudarão a mudar a forma como fazemos negócios.

Tempos atrás, escutei Cristina Palmaka, presidente da SAP na América Latina e Caribe, dizer que a designação de seu cargo de CEO (Chief Executive Officer), para ela, tinha uma cotação diferente, de Chief Empathy Officer. No seu dia a dia como líder, sua função-chave era ter empatia pelas pessoas.

Contudo, muitas organizações ainda têm em seus modelos mentais que os negócios são baseados no “ganha x perde”; uma corrida onde somente um deve vencer e no qual o trabalho e a vida pessoal não se misturam nem integram, gerando dores e sofrimento nas pessoas. Infelizmente, é comum vermos pessoas morrendo por um salário. O cidadão entra saudável na empresa, porém, à medida que o tempo passa e ele vai evoluindo na carreira, o estresse e o ambiente corporativo vão minando sua saúde, provocando doenças psicossomáticas ou até crônicas.

Por consequência, a missão da empresa que cura, ressaltam Raj Sisodia e Michael Gelb, é “aliviar o sofrimento e aumentar a alegria”. Eles convidam os leitores ao juramento das empresas que curam: “Coloque a mão esquerda sobre o coração, erga a mão direita e proclame:

  • Primum non nocere (Primeiro, não prejudique): Vou administrar minha empresa de modo a não prejudicar os outros ou a terra;
  • Malus eradicare (Erradique o mal): Nunca permitirei ou pactuarei com abuso e exploração. Serei um herói diário que defende a justiça, a verdade, a beleza, a integridade e a simples bondade;
  • Amor vincit omnia (O amor conquista tudo): Vou funcionar com amor. Medirei o sucesso pela realização, abundância e alegria que eu proporcionar aos outros.”

Iniciei minha carreira na área da Qualidade, tendo como guru o professor Vicente Falconi. Certa vez, ele disse: “O trabalho tem de ser fonte de felicidade e crescimento profissional”. Em sua visão, a função de uma empresa é “social”. “O lucro é a expressão de sua capacidade de realizar sua função social de forma produtiva.”

Assim sendo, acredito que somente movidos pelo amor e guiados pela gratidão conseguiremos transformar nosso ambiente de trabalho e nossas vidas, gerando em nosso meio um verdadeiro líder com alma.

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Leandro José Soares

Gerente corporativo de recursos humanos na Schulz S.A

Comentários Um líder consciente usa o amor para mudar os negócios

  1. Soraya disse:

    Excelente artigo Leandro. Por mais líderes conscientes e empresas que curam!

  2. JOSE VALNEI RIBAS SILVA disse:

    Inspirador! Com certeza este é o caminho para constuirmos uma sociedade mais justa e feliz.

  3. Acredito muito nisso e falo muito de Amor nas organizações que realizo programas de desenvolvimento de liderança. Parabéns Leandro. Se puderes me indicar mais livros que falam sobre isso agradeço. Abraços.

  4. Rodrigo Ohya disse:

    Parabéns meu amigo! Mais um belo texto que ajuda na reflexão de cada um de nós, profissionais que tem papel de liderança e que devemos praticar a esta liderança consciente, com empatia e amor. Muito obrigado!

  5. Ricardo P Amorim disse:

    Excelente, fantástico.. pessoas são pessoas !! Empatia é tudo! Amor é tudo!

  6. Sara Stringari disse:

    Ótimo artigo! Como é importante a “alfabetização emocional”. As empresas precisam de um ambiente mais saudável, empático e feliz. Esse é o caminho.

  7. Valdecir Lourenço Furtado disse:

    Acredito na abundância,fruto da gratidão, que deve ser diária e constante. Feliz Leandro: Gratidão!

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